São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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SEGUNDO TEMPO

O governador do Estado de São Paulo, Mário Covas, termina a primeira metade dos seus quatro anos de mandato ainda preso à imagem de uma administração de poucas realizações. Mas, a partir da divulgação dos dados relativos ao déficit orçamentário do Estado, Covas parece decidido a dar um novo ritmo (e uma maior popularidade) à sua passagem pelo Palácio dos Bandeirantes.
O caixa do governo paulista chega ao final de 1996 equilibrado, e a crise do Banespa, depois de uma injustificável demora de dois anos, chegou a uma provisória solução. Esse quadro permite que o governador faça, nos próximos dois anos, o que notoriamente lhe faltou até o momento: elaborar um plano de ação, com a clara definição de suas prioridades.
A sua intransigente defesa do Banespa, uma instituição financeira que só tem causado prejuízos à população e ao Estado, proporcionou a Covas um grande desgaste político. Aliado à falta de grandes realizações, tal desgaste lhe conferiu uma imagem de apatia e lentidão.
Com o intuito de mudar esse quadro, Mário Covas já iniciou campanhas publicitárias para divulgar realizações de seu governo. Um dos destaques é a habitação, setor em que a administração estadual foi ofuscada pelo grande empenho publicitário da Prefeitura de São Paulo em favor do seu projeto Cingapura.
Outro ponto que o governo pretende divulgar é sua capacidade de atrair investimentos para o Estado. Contra os críticos que alegam o contrário, o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Emerson Kapaz, afirma que São Paulo garantiu R$ 15,3 bilhões em investimentos privados, número que, segundo o governo, pode chegar a R$ 25 bilhões ao final de 1998.
Mas até agora não há resultados que permitam um balanço muito positivo. O saneamento das finanças é uma realização importante, mas deve vir acompanhado de um plano mais ousado de atuação, tanto no campo social como na infra-estrutura. Covas tem o segundo tempo de sua gestão para colocá-lo em prática.

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