São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Pele de cachorro é a nova moda

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

O inverno trouxe uma nova tendência à moda mongol: casacos de pele de cachorro.
O sucesso da nova linha não se limitou ao mercado doméstico, e a Mongólia passou a exportar o produto para países que também enfrentam muito frio e muita neve, como a Rússia.
A nova tendência, no entanto, não conquistou o gosto dos turistas norte-americanos ou alemães. Eles ainda preferem comprar as blusas de cashmere, um produto tradicional da Mongólia.
O país, que tem 13,7 milhões de ovelhas, produz 2.000 toneladas de cashmere por ano, o que representa 25% da produção mundial.
Uma blusa em Ulan Bator custa de US$ 50 a US$ 80, dependendo da qualidade da matéria-prima.
Um casaco de pele de cachorro sai por US$ 110. A fábrica Moengon Erdene, de Ulan Bator, é a principal produtora e espera, nos meses de dezembro e janeiro, parte do inverno mongol, repetir as vendas da última estação.
Como na Mongólia não existem criações de cachorros, as fábricas de casacos enfrentam problemas na hora de conseguir matéria-prima. Geralmente compram de "caçadores", que não conseguem garantir um fluxo constante de entrega de peles.
A empresa Noets montou um "esquadrão da morte" com dois caçadores mobilizados em Ulan Bator. Em 1995, eles mataram 10 mil cães nas ruas da capital.
São necessárias dez peles de cachorro para a confecção de apenas um casaco.
As peles de cachorro também são usadas na fabricação de capas para assento de automóveis.
(JS)

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