São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BC liquida a parte 'podre' do Banerj

Operação não afeta clientes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O Banco Central decretou ontem a liquidação extrajudicial do Banerj "podre", que possui um rombo patrimonial (quando a venda de todos os bens não cobre as dívidas) de cerca de R$ 3 bilhões.
Segundo o BC, a liquidação não afeta a vida dos clientes do banco ou da sua empresa de seguros. Todos os serviços continuarão sendo prestados pelo Banerj S/A, a parte "boa" do banco. A privatização também prossegue normalmente.
O Banerj estava sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) desde dezembro de 94. A parte "podre" foi liquidada ontem porque o Raet não poderia mais ser prorrogado.
O rombo do Banerj "podre" deve ser renegociado com o Ministério da Fazenda nos mesmo moldes do acordo feito com o governo de São Paulo -30 anos de prazo, juros de 6% ao ano e correção pelo IGP-DI.
A União emprestará ao governo do Rio a verba necessária à criação de um fundo de cerca de R$ 2 bilhões destinado a garantir a continuidade da privatização do Banerj.
Segundo o secretário de Planejamento do Estado, Marco Aurélio Alencar, o fundo terá a finalidade exclusiva de garantir os futuros donos do Banerj contra eventuais causas judiciais que venham a ser ganhas por credores do antigo Banerj, que entrou ontem em processo de liquidação.
Alencar chamou a operação de "empréstimo refinanciado" -o fundo seria uma espécie de antecipação da renegociação das dívidas do Estado do Rio.
A definição dessas garantias foi considerada por Alencar o ponto essencial para o prosseguimento da privatização do Banerj.
Há três meses, o Banerj foi divido em dois: a parte "podre", liquidada ontem e a "boa". Os créditos bons passaram para o Banerj S/A, que está sob administração do Banco Bozano,Simonsen.
O banco foi contratado para sanear a parte "boa" e privatizá-lo. O Raet dessa parte do Banerj foi prorrogado por mais 180 dias, até que seja definida sua privatização.
Alencar disse também que a tendência é não haver modificação no preço mínimo do Banerj, estipulado em R$ 480 milhões para o banco e a Banerj Seguros.

Texto Anterior: Petista do DF tem a pior avaliação
Próximo Texto: União obteve US$ 6,26 bi
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.