São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Carmem não sabe se atua

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Carmem de Oliveira, 31, a primeira brasileira a vencer a prova feminina da São Silvestre, ano passado, está em São Paulo, mas não sabe se vai correr.
"Estou sentindo dores no nervo ciático. Não treinei nos últimos dois dias para me poupar. Vou fazer o aquecimento. Se tudo estiver bem, sem dor, vou tentar o bi", afirmou ontem.
As dores (na altura das nádegas e perna direita) ela atribui ao entusiasmo. "Estou ansiosa e bem preparada. Acho que até me excedi um pouco nos treinamentos. Tenho a mente de quem quer o bi."
Carmem está acompanhada da irmã Sandra. O marido e as filhas (Christiane, 15, e Natália, 9) ficaram em casa, em Brasília.
(EA)
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Folha - Você continua desfrutando da emoção da vitória no ano passado?
Carmem - Não vou esquecer nunca. Vejo vídeo da prova, o momento da chegada, aquilo tudo é alegria que sempre esteve guardada dentro de mim e que explodiu. Ainda deixou a certeza de que sempre existe a chance de vitória.
Folha - Então, a São Silvestre ainda é um desafio?
Carmem - Você sempre quer mais. O desafio passa a ser o bi. Esse desafio é a motivação do atleta. Sem ele, não existe atleta, você nunca chega a lugar nenhum.
Folha - Na Olimpíada (desistiu no km 28 da maratona) você se decepcionou?
Carmem - Foi um baque na cabeça. Depois de tanto trabalho e não saiu nada. Você questiona até a sua idade ou se ficou muito tempo longe da família. Depois descansei e recuperei a vontade de correr. É o que eu gosto e quero.
Folha - A maratona (prova de 42.195 m) é sua meta?
Carmem - Exato, mas toda maratonista corre bem provas mais curtas.

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