São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Trem com 1.200 explode na Índia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 150 pessoas morreram por causa da explosão de um trem no Estado de Assam, no nordeste da Índia, segundo autoridades locais, que divergem sobre o número de mortes. A polícia chegou a falar em cerca de 250 vítimas.
Segundo a polícia, guerrilheiros separatistas das tribos bodo explodiram três vagões de passageiros com bombas acionadas por controle remoto.
Sobreviventes contaram que a explosão descarrilou vários vagões do Expresso Brahmaputra. O local do atentado estava coberto de sangue e de corpos despedaçados.
A explosão aconteceu logo depois que o trem deixou a estação de Kokrajhar (uma cidade isolada localizada a 1.000 quilômetros da capital do Estado, Guwahati, a maior do Estado de Assam) e se dirigia para Nova Déli.
O trem estava lotado e transportava cerca de 1.200 passageiros.
O atentado ocorreu um dia depois de a guerrilha bodo ter explodido a ponte que era a principal ligação entre o nordeste do país com as demais regiões da Índia.
Guerrilhas bodo
O atentado contra o trem não foi reivindicado. A polícia de Assam atribuiu o ataque a alguma das guerrilhas bodo pela semelhança dos explosivos usados no ataque ao trem com aqueles empregados na destruição da ponte.
Os bodo são 1,3 milhão dos 24,2 milhões de habitantes de Assam.
Algumas dessas tribos, que vivem ao norte do rio Brahmaputra, querem um Estado autônomo em parte do Estado de Assam.
Os membros da tribo bodo dizem que sua cultura está ameaçada pelos imigrantes muçulmanos que vêm de Bangladesh.
Desde 1987 os guerrilheiros bodo atacam soldados e policiais que protegem os imigrantes bengaleses. Cerca de 8.000 pessoas morreram desde o começo dos ataques.
Em 1991, o Exército da Índia começou uma operação para combatera a guerrilha.
Em fevereiro de 1993, o governo federal assinou um acordo com a guerrilha para a formação de uma área autônoma, o que deveria por fim à revolta armada.
No entanto, facções extremistas das guerrilhas, a Frente Tigre de Libertação da Bodolândia e a comunista Frente Unida de Libertação de Assam, querem agora independência da Índia.
Os guerrilheiros separatistas também acusam o governo indiano de explorar economicamente o Estado de Assam, grande produtor de chá (60% da produção indiana e 30% da mundial).

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