São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Força Sindical ameaça romper o acordo

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Força Sindical deu um aviso ao governo ontem sobre a reforma da Previdência. Anunciou que sai do acordo se o governo aceitar as três propostas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) que ampliam a negociação, além dos pontos já acertados.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, defende a permanência da aposentadoria especial para os professores universitários, a retirada da proposta do limite de idade para a aposentadoria dos servidores públicos e a permanência da aposentadoria proporcional.
O relator da emenda da reforma na comissão especial da Câmara, Euler Ribeiro (PMDB-AM), descartou a inclusão destes três pontos defendidos por Vicentinho.
Ribeiro afirmou que vai acatar, integral ou parcialmente, 24 das 37 sugestões apresentadas ontem por deputados, em discussão na comissão especial.
A decisão da Força foi transmitida ontem pelo diretor da central e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, ao vice-presidente Marco Maciel.
"Se o governo ceder, nós caímos fora", disse Paulinho. Na reunião estavam também o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e diretores da central.
Para ele, "é melhor não fazer a reforma e manter o que é hoje", caso sejam aceitas as propostas de Vicentinho, consideradas "privilégios" pela Força Sindical.
Na opinião da central, o acordo foi positivo e deve ser votado imediatamente sem novos atrasos.
Ontem, na reunião do fórum que discute a reforma -que é formado por lideranças na Câmara e por representantes do governo e das centrais-, o deputado Eduardo Jorge (PT-SP) disse que o PT pode apoiar a proposta da CUT que detalha o mecanismo de aposentadoria por tempo de contribuição, no lugar de aposentadoria por tempo de serviço.
A proposta da CUT, levada ontem na reunião, estabelece que a contagem do tempo de contribuição será feita pelo tempo de trabalho "contado de data a data, desde o exercício da atividade abrangida pela Previdência Social, até a data do requerimento ou desligamento desta atividade". Inclui também o tempo de auxílio-doença, seguro-desemprego e serviço militar obrigatório.
A proposta também estabelece que o ônus da prova do recolhimento da contribuição cabe à Previdência, dentre outras regras.
"É fundamental que o protocolo feito com o presidente da República seja transformado em uma redação. A ausência de um documento dificulta o debate. A CUT insiste no processo de negociação", afirmou o secretário-geral da central, João Vaccari Neto.

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