São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Governo do Rio anuncia a venda da sua empresa de água e esgoto

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Estado do Rio de Janeiro vai começar a privatização do seu setor de água e esgotos.
Segundo o secretário estadual de Obras, Antônio Manoel Rato, no dia 16 deste mês será escolhida a empresa que fará o diagnóstico do setor e definirá o modelo de privatização.
O setor de água e esgotos do Rio é administrado pela Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos). De acordo com Rato, o Rio é o primeiro Estado do país a iniciar a privatização neste setor.
A abertura dos envelopes da licitação será realizada em Brasília, porque o processo de privatização da Cedae tem o apoio do Programa de Modernização do Sistema de Saneamento, do Ministério do Planejamento.
Rato disse que a privatização da Cedae será feita em regime de concessões e que a empresa deverá ser dividida em sistemas para ser privatizada.
Cada sistema corresponde à área servida por uma determinada estrutura de captação e distribuição de água. O maior sistema que serve a cidade do Rio de Janeiro é o do Guandu.
Cerj
A Cedae deverá a ser a quarta empresa estadual do Rio a entrar em processo de privatização.
Já estão em diversas fases desse processo a Cerj (Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro), a CEG (Companhia Estadual de Gás) e o Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro).
Ontem, o governo do Rio assinou com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contrato no valor de R$ 244 milhões, a título de antecipação de receita da venda da Cerj.
Os recursos fazem parte de uma linha aberta pelo BNDES, gestor do programa de privatização federal, para estimular os programas de desestatização.
Os R$ 244 milhões correspondem a 77% do valor atual, no mercado de capitais, do total das ações da Cerj. Os recursos serão pagos ao BNDES no ato da privatização da empresa.
O governo do Rio receberá agora apenas R$ 100 milhões. O restante ficará para ser liberado de acordo com o cronograma de expansão da obra do metrô da capital, que passará dos atuais 22 km para 32 km de extensão.
A esses R$ 144 milhões se somarão R$ 282 milhões de outro empréstimo que será concedido pelo Banerj para o metrô.
A privatização da Cerj está prevista para o final deste ano. Atualmente está sendo escolhida a empresa ou consórcio que fará a avaliação da estatal e definirá seu modelo de venda.
A Cerj abastece de energia elétrica cerca de 20% do Estado.
O secretário de Planejamento do Rio, Marco Aurélio Alencar, disse que na próxima semana semana será também aberta a licitação para a escolha da empresa que irá avaliar e definir o modelo de venda da CEG.
Quanto ao Banerj, sob intervenção do Banco Central, o que está sendo feito atualmente é o seu saneamento, encomendado ao Banco Bozano, Simonsen, para que, em 1997, o banco estatal possa ser privatizado.

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