São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Família se reúne e briga

NELSON DE SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Nada mais parecido com "Pérola" e "Todo Mundo Sabe" do que a comédia "Noite Feliz".
Não apenas nas personagens e no enredo, mas em temas paralelos como os fenômenos da Barra e dos shoppings e a decadência da zona sul, no caso, do Leblon. "Como é que você ainda mora no Leblon, que coisa mais 70", comenta uma das personagens.
Talvez o diferencial de Flávio Marinho esteja na preocupação com outros temas paralelos, contemporâneos, como a Aids.
Mas não adianta, que o círculo das memórias familiares, do conflito entre mãe e filho, desta vez na noite de Natal, desta vez também com a nora, predomina.
Flávio Marinho, o autor e diretor de "Noite Feliz", se não tem o humor de Mauro Rasi e Miguel Falabella, não chega a fazer feio.
Com atrizes de grande comicidade, como a reconhecida Stela Freitas, que interpreta a nora, e Alice Borges, a empregada, cumpre o prometido, como comédia.
Mas as personagens das duas são superficiais e menores. O problema de "Noite Feliz" talvez esteja em Fernando Eiras, o filho, protagonista ao lado de Aracy Balabanian, a mãe.
Pouco engraçado e pouco carismático, ele recorre ao melodrama mesmo quando não é necessário à ação e arrasta o espetáculo. Traz dificuldades para a atuação de Balabanian -que passa o tempo todo em brigas e depois em diálogo, em carinho com o filho.
(NS)

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