São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Exposição descobre Lasar Segall cenógrafo

DA SUCURSAL DO RIO

Exposição: Lasar Segall Cenógrafo
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (rua Primeiro de Março, 66, centro, tel.: (021) 216.0237)
Período: De 01/02 até 31/03.
Horário: De terça a domingo, das 10h às 22h.
Entrada: franca.

O pintor, desenhista, gravador e escultor Lasar Segall (1891-1957) revela-se cenógrafo na exposição aberta ao público hoje no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) com trabalhos do artista para teatro, balés e bailes de Carnaval.
A mostra foi montada partir de 92 projetos e estudos de Segall do período de 1924 a 1954. Técnicos contratados pelo Museu Lasar Segall, proprietário do acervo, reconstituíram cenários, alegorias e maquetes criados pelo artista.
A única peça original é o painel "O Circo", de 1933, integrante do cenário do baile "Carnaval na Cidade de Spam". Foi o primeiro projeto de cenografia de Segall para a Spam (Sociedade Pró-Arte Moderna), uma organização de intelectuais e artistas criada em São Paulo no início da década de 30.
Nascido na Lituânia e naturalizado brasileiro, Segall participou ativamente do movimento modernista em São Paulo. Para o primeiro baile da Spam, construiu uma cidade cenográfica com elementos surrealistas.
No ano seguinte, também para a Spam, criou uma grande floresta como cenário do baile de carnaval. Recorreu a elementos africanos e pré-históricos para criar painéis e alegorias retratando animais, índios e seres fantásticos da mata.
Os trabalhos revelam as influências sofridas por Segall e seu amadurecimento artístico desde o cenário do baile futurista organizado em 1924, com temas e princípios cubistas e futuristas e citações ao Manifesto Futurista de Marinetti.
A última parte da exposição traz o que é considerado o melhor trabalho cenográfico de Segall: os cenários e figurinos de "O Mandarim Maravilhoso", um balé encenado em 1954 em São Paulo.
"O objetivo dessa exposição é divulgar uma parte menos conhecida da obra de Segall, obra que tem não só qualidade estética mas também eficácia como projeto de cenografia, porque a um cenário não basta ser bonito, mas sim ter função dentro do espetáculo", afirma Marcelo Mattos de Araujo, curador da mostra.
Maurício Segall, 69, filho do artista e diretor do Museu Lasar Segall, diz que seu pai era um frequentador de bailes carnavalescos.
A mostra traz também dois trabalhos de Segall para teatro de 1938: a floresta de "Sonhos de uma Noite de Verão", balé de Mendelsohn baseado na obra de Shakespeare e encenado em São Paulo, e cenários e figurinos para a farsa "A Sorte Grande", encenada no Rio.

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