São Paulo, sexta-feira, 2 de fevereiro de 1996
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Saída pode resultar em pasta para o PPB

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A eventual saída de Sérgio Motta do Ministério das Comunicações para a disputa da Prefeitura de São Paulo poderá precipitar uma minirreforma ministerial e a entrada do PPB no ministério.
A expectativa original no Palácio do Planalto era de que o presidente Fernando Henrique Cardoso faria a reforma após as eleições municipais de outubro, já refletindo o novo peso político dos partidos e as futuras composições para a sucessão presidencial de 1998.
Com a saída de Motta, a reforma seria antecipada, pelo menos em parte, para março. No início de abril termina o prazo para os membros do Executivo que disputarão as eleições deixarem o cargo.
Até lá, outra vaga deverá ser aberta. O secretário de Políticas Regionais, Cícero Lucena, quer disputar pelo PMDB a Prefeitura de João Pessoa (PB).
O projeto não está fechado, mas é certo que levará em conta a necessidade de abrir espaço ao PPB, a terceira maior bancada na Câmara, com 88 cadeiras.
"Salta aos olhos que o partido deve ter participação crescente no governo", diz o presidente do PPB, Esperidião Amin.
No final de 1995, Amin indicou o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Amilcar Gazaniga -até hoje o mais importante cargo da cota do partido.
Ontem, diante da possível saída de Motta, Amin ponderou: "Se alguém sair para disputar a eleição, o ingresso do PPB no ministério estará na parte de cima da caderneta do presidente".
O principal candidato do partido à Esplanada é o deputado Francisco Dornelles (RJ), que já foi ministro da Fazenda no governo Sarney. "Ele conta com a nossa torcida", disse Amin.
Para ele, o partido só não aceita comandar a Aeronáutica. "O céu não está para brigadeiro", brincou, se referindo ao Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Nem Dornelles nem Amin foram contatados recentemente por FHC para tratar de ministério.
A entrada do PPB no ministério faz parte da estratégia de FHC para garantir a aprovação das reformas constitucionais no Congresso.
Os votos do partido também são computados no projeto do PSDB para aprovar emenda que autoriza a reeleição de FHC, em 1998.
Amin disse que o partido não definiu posição sobre a reeleição e só afasta a possibilidade de votar a proposta neste ano. O PMDB e o PFL, também da base governista, igualmente afastam essa hipótese.

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