São Paulo, sexta-feira, 2 de fevereiro de 1996
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Homem que foi absolvido da acusação de matar a filha vai acionar Estado

DA REPORTAGEM LOCAL

O servente de pedreiro Antônio Carlos Nunes de Oliveira, 24, vai pedir indenização por danos morais e materiais contra o Estado. A ação deverá ser movida pela Assistência Juducial Gratuita da Procuradoria do Estado.
Oliveira ficou preso 11 meses e meio por um crime inexistente. Por causa de um laudo falho, ele foi acusado de estuprar e matar a filha de três meses, Analisa Santiago de Oliveira.
O engano só foi desfeito quando seu caso foi analisado por dois outros médicos legistas, que constaram que a menina não foi estrangulada e violentada. Analisa teria morrido asfixiada por leite, e as lesões na vagina eram assaduras.
O procurador do Estado Adenor Ferreira da Silva, 34, vai pedir a indenização. Além de permanecer quase um ano preso, o acusado disse que foi torturado por policiais para confessar o crime inexistente e que foi violentado por outros detentos.
Na tarde de ontem, o delegado Manoel Raphael Aranha Peixe, 57, da Corregedoria da Polícia Civil, afirmou que deverá ser aberto um inquérito para investigar a tortura que teria sido feita por quatro policiais do 97º DP (zona sul).
"As fatos relatados pela vítima são gravíssimos", disse o delegado. Ele afirmou que também será apurada a responsabilidade dos peritos que fizeram o laudo errado que causou a prisão de Oliveira.
"Nada teria acontecido se o laudo não estivesse errado." Segundo ele, além do inquérito, poderá ser aberto um processo administrativo para expulsar policiais envolvidos.

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