São Paulo, sábado, 3 de fevereiro de 1996 |
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África do Sul joga por título e redenção hoje
RODRIGO BUENO
Na preliminar, Gana e Zâmbia disputam o terceiro lugar. As seleções finalistas, que nunca conquistaram o título, superaram os favoritos para ir à decisão. Na abertura do torneio, a África do Sul derrotou Camarões, equipe africana de maior expressão em Copas do Mundo, por 3 a 0. Nas quartas-de-final, eliminou a Argélia (2 a 1). Nas semifinais, despachou Gana, candidata maior ao título depois da desistência da Nigéria, com uma vitória de 3 a 0. A Tunísia derrotou, na primeira fase, a Costa do Marfim, campeã da Copa da África de 92, por 3 a 1. Na semifinal, voltou a surpreender, eliminando Zâmbia (4 a 2). A Copa da África deste ano serviu para reintegrar a África do Sul no contexto esportivo mundial. Devido ao apartheid, política de segregação racial que protegia a minoria branca, a África do Sul foi impedida de participar de competições internacionais até 1992. A competição serve de vitrine para o governo do presidente Nelson Mandela. A seleção tem jogadores brancos e negros. O torneio retratou graves problemas por que passa o continente. A Nigéria, campeã da Copa da África passada, desistiu da competição. O governo temia represálias contra as execuções no país de ativistas de direitos humanos, em especial do escritor Ken Saro Wiwa. A decisão de não participar da Copa da África custou a presença da seleção nigeriana nas próximas duas edições da competição. A Confederação Africana de Futebol anunciou ontem a punição. Além disso, a Fifa, entidade que rege o futebol mundial, planeja tirar a Nigéria das eliminatórias do Mundial de 98, na França. A Nigéria, porém, não foi a única equipe classificada para a fase final da Copa da África que enfrentou problemas extracampo. Libéria, Angola e Moçambique sofreram, durante as eliminatórias, com duras guerras civis. O Zaire enfrentou o vírus Ébola, e Zâmbia perdeu 17 jogadores, mortos em um acidente aéreo. Durante a fase final, Serra Leoa sofreu um golpe de Estado. Ertugal, técnico do Zaire, foi demitido por não escalar o time preferido do ministro dos Esportes. Traore e Caçador, técnicos de Burkina Faso e de Moçambique, também perderam o emprego. NA TV TVA/ESPN Brasil, ao vivo Texto Anterior: Hortência dá à luz, passa bem e hoje mostra filho na maternidade Índice |
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