São Paulo, sábado, 3 de fevereiro de 1996
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Ator Gene Kelly morre aos 83 nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O dançarino, coreógrafo, ator e diretor Gene Kelly morreu ontem em sua casa em Beverly Hills, Califórnia, aos 83 anos.
Kelly é considerado um dos dois maiores dançarinos da história do cinema, junto com Fred Astaire (1899-1987).
Seu maior sucesso foi "Cantando na Chuva" (1952), que ele co-dirigiu (com Stanley Donen), coreografou e estrelou.
Eugene Curran Kelly nasceu em 23 de agosto de 1912 em Pittsburgh, Pensilvânia, Costa Leste dos EUA. Embora tenha estudado dança desde criança, também se formou em economia.
Aos 26 anos, resolveu se profissionalizar como dançarino. Foi para Nova York e começou a aparecer em musicais da Broadway. O sucesso no teatro veio logo e, com ele, o convite para estrelar um filme em Hollywood.
A estréia foi ao lado de Judy Garland em "Idílio em Dó-Ré-Mi" ("For Me and My Gal", 1942), de Burby Berkeley.
Apesar de ter feito papéis dramáticos e dirigido até um faroeste, a grande contribuição dele à história do cinema foi na dança, como coreógrafo e dançarino.
Seus melhores desempenhos foram sob a direção de Vincente Minelli em "O Pirata" ("The Pirate", 1948) e "Sinfonia de Paris" ("An American in Paris", 1951), também coreografados por ele.
Como diretor, o melhor trabalho de Gene Kelly foi "Convite à Dança" ("Invitation to Dance", 1956), que ganhou o grande prêmio do Festival de Berlim.
Em 1951, ele recebeu um Oscar especial pela seu trabalho como coreógrafo e dançarino.
A idade não o impediu de continuar trabalhando até pouco tempo atrás. Em 1993, ele preparou uma nova coreografia da canção-tema de "Cantando na Chuva" para a excursão mundial da cantora e atriz Madonna.
Em 1985, dirigiu uma antologia de sequências de dança no cinema.
Kelly e seu maior rival pelo título de melhor dançarino da história do cinema, Fred Astaire, apareceram juntos no filme "Isso Também Era Hollywood" ("That's Entertainment 2", 1976).
Os estilos dos dois eram muito diferentes: o de Kelly mais energético, criativo, o de Astaire mais clássico, elegante. Kelly dizia que Astaire representava a aristocracia dançando, e ele, o proletariado.
Kelly se casou três vezes: com a atriz Betsy Blair, entre 1940 e 1957; com sua assistente Jean Coyne, de 1960 a 1973, quando ela morreu; e com a escritora Patricia Ward, que escreveu sua biografia, desde 1990.
Patricia Ward, 50 anos mais jovem do que Kelly, estava ao seu lado quando ele morreu. Kelly se recuperava de dois recentes derrames cerebrais.

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