São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996
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Produtos orientais conquistam o Ocidente

ALINE SORDILI
EDITORA DO TUDO

Os produtos orientais estão conquistando o Ocidente. "Agora, virou hábito", diz Pedro Sumio Mizumoto, 53, dono da Kioto -loja de artigos japoneses para presente.
Há 34 anos instalada no oriental bairro da Liberdade (zona central de São Paulo), a loja vende desde amuletos para sorte até artigos para cozinha e decoração.
Um Daruma, boneco japonês da sorte, tem preços de R$ 3 a R$ 50. "Os preços variam conforme a sorte que se quer dar", brinca ele.
Os produtos que têm mais saída, segundo Mizumoto, são as lanternas japonesas -com preços de R$ 4 a R$ 20. "As outras mercadorias são mais consumidas pela colônia japonesa", afirma.
Comida está entre os produtos com melhor aceitação por parte dos ocidentais. De 1991 a 1995, oito novas empresas de alimentação chinesa e japonesa abriram as portas no país.
Para se ter uma idéia de quanta comida é consumida, apenas uma empresa, a L. Seki, fabrica por mês 1 milhão de pares de hashi -os palitinhos orientais.
Hoje, o sucesso é tanto que as dez redes que atuam nesse segmento em forma de franquia têm 130 lojas espalhadas no Brasil.
Redes de comida chinesa são a unanimidade -tanto em número de lojas como em franqueadores-, com oito marcas.
Empresários do setor batalham com preços e marketing intensivo para limpar a imagem negativa que a comida chinesa carrega.
"Precisamos acabar com a imagem de que a refeição chinesa é suja", afirma Laurence Liu, 32, gerente de franquias da Lig Lig. Refeições nessas lojas custam entre R$ 4 e R$ 8.
Cantina da China é mais antiga. Fundada em 1986, a rede não cresceu tão depressa quanto as suas concorrentes e tem hoje apenas cinco lojas.
A campeã é a China in Box, com 45 lojas -37 franqueadas e 8 próprias. A rede cresceu tanto que não está aceitando novos franqueadores na Grande São Paulo.
"Queremos dar chances aos atuais franqueados para essa região. Os novos poderão explorar outras praças", afirma Robinson Shiba, 28, presidente da rede.
A rede cobra royalties de 6% sobre o faturamento bruto de suas lojas, que têm faturamento médio mensal previsto de R$ 40 mil.
Apesar de faturar alto com a comida chinesa, Shiba é filho de japoneses. "Para resolver isso fiquei sócio do Gendai, um fast food de comida japonesa em 1994."
O Gendai tem três lojas e vai abrir franquias em 1997. Para Carlos Sadaki, 28, outro sócio da rede, a maior dificuldade de um restaurante japonês é a mão-de-obra.
"Levamos até um ano para formar um sushiman, que precisa fazer pratos totalmente artesanais."
Para incrementar os pratos japoneses, a Mestre dos Barcos faz -como diz o nome da empresa- barcos que funcionam como travessas para sushi e sashimi, os pratos típicos japoneses.
A arte oriental atraiu o casal Angela e Carlos Malot -ele de ascendência francesa e ela, italiana- que fazem 25 barcos de madeira por mês, com um ajudante.
Há quatro anos, a empresa fornece os barcos que fabrica para restaurantes. A Mestre dos Barcos também aluga barcos para festas.
Angela, 67, estima que 10% dos restaurantes japoneses de São Paulo são seus clientes.
Os preços são altos -de R$ 140 a R$ 800-, mas a empresa faz a manutenção das peças, que duram em média três anos.

ONDE ENCONTRAR Kioto - (011) 278-5808; Mestre dos Barcos - (011) 492-0672; L. Seki - (011) 478-5654.

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