São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chuva deixa 490 mil sem energia elétrica

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 490 mil pessoas ficaram sem energia elétrica no início da noite de ontem por causa das chuvas que atingiram a Grande São Paulo. Na capital, várias ruas e avenidas ficaram alagadas, uma árvore caiu em cima de uma perua e de um ônibus e houve 111,2 km de congestionamentos às 19h. A chuva durou quase duas horas.
Segundo a Eletropaulo, as chuvas causaram falta de energia em Pinheiros, Santo Amaro, Itaim Bibi, Sabará, Vila Almeida, Bandeirantes (na capital) e Vila Paulicéia (São Bernardo, no ABCD).
A região mais atingida foi a Vila Paulicéia, onde uma subestação da Eletropaulo foi alagada. Cerca de 380 mil pessoas ficaram às escuras no bairro. O fornecimento de energia na capital e em São Bernardo foi retomado por volta das 22h, segundo a Eletropaulo.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou pontos de alagamento nas avenidas Roque Petroni Júnior, Carlos Caldeira Filho, Interlagos, Vitor Manzini e Aricanduva.
Também houve alagamento nas ruas Maria Coelho Aguiar (perto do complexo João Dias) e Alves dos Santos (transbordamento do córrego Pirajussara), na marginal Pinheiros (ponte João Dias e curva da Traição) e na praça Orlando Silva.
Na rua Monte Pascal, no Alto da Lapa (zona oeste), uma árvore caiu e atingiu uma Kombi e um ônibus. Não houve vítimas.
Várias ruas também ficaram alagadas em Guarulhos (Grande SP). O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não registraram ocorrências de desabamentos.
O clube da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), localizado na estrada de Itapecerica, ficou alagado. Os prejuízos foram calculados em R$ 250 mil.
A lama atingiu todas as piscinas do clube e a parede de um dos ginásios, e cerca de 200 metros de muros caíram. Um outro ginásio, utilizado pela seleção brasileira de vôlei masculino, ficou com o piso coberto por um metro d'água.
Segundo Joemir Antonio Pinotti de Oliveira, presidente da AABB, o clube deve ficar fechado por cerca de 15 dias para limpeza. "Isso se parar de chover." Foi a segunda vez no ano que a AABB teve problemas com inundações. No dia 12 de janeiro, as chuvas causaram um prejuízo de quase R$ 200 mil.
A empresária Quelita Moreno, 34, que ia para a Granja Viana (Grande SP) pela Raposo Tavares, ficou irritada com a "falta de civilidade dos motoristas".
"A situação já era complicada -carros boiando, parados, quebrados-, e os motoristas não tinham a menor educação. Cada um queria salvar a sua pele de qualquer forma, uns carros fechavam os outros. Esse é o maior perigo: um acidente porque o motorista do lado é sem-educação", disse.
Outra coisa que a irritou foram os cones de sinalização da Polícia Rodoviária, que, boiando, "confundiam mais os motoristas".

Texto Anterior: Português sequestrado é libertado em Niterói
Próximo Texto: Alagamento congestiona Anchieta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.