São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lançada aliança contra doenças cerebrais

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

Cientistas europeus e norte-americanos, entre eles seis detentores de Prêmios Nobel, lançaram ontem a "Aliança para Combater Doenças Cerebrais", cujo custo, só nos EUA, ultrapassa US$ 600 bilhões ao ano. A cifra corresponde, aproximadamente, a tudo o que o Brasil produz em riquezas por ano, atualmente.
O custo refere-se ao tratamento, cura e prevenção de doenças que vão da depressão ao derrame cerebral até o controle da chamada síndrome do pânico.
Nos EUA, já existia uma iniciativa do gênero, na qual estão envolvidos cerca de 140 dos mais destacados cientistas do país. A idéia agora é estender o esquema à Europa. "Nos fortaleceremos muito com o talento de colegas europeus e, com sua colaboração, as curas que o mundo precisam virão mais cedo", disse James Watson, prêmio Nobel e co-descobridor da estrutura do DNA.
A Aliança foi lançada em Davos (Suíça), que anualmente abriga o Fórum Econômico Mundial.
"O cérebro humano é o maior desafio remanescente para a ciência", diz Colin Blakemore, da Universidade britânica de Oxford.
Paralelamente, o escritor britânico Bryan Appleyard lançava, também no Fórum, questões instigantes sobre o avanço dos diagnósticos por meio de imagens. Ele acha que, à medida que sofisticados exames pré-natais vão se tornando rotina, aumentam os conhecimentos sobre eventuais riscos que a criança corre ao nascer.
Dá exemplos: "se um feto tem um cromossomo que o inclina a uma potencial homossexualidade, é razão suficiente para abortar? E se a tendência for para esquizofrenia?", pergunta Appleyard, sem se animar a responder.

Texto Anterior: Betinho faz visita a escola de samba
Próximo Texto: Ouriço pode explicar a obesidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.