São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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Programa tenta tirar meninas da prostituição

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de Santos (72 km a sudeste de São Paulo) mantém um projeto dedicado a reintegrar à sociedade as menores prostituídas da cidade.
Batizado de "Meninas de Santos", o projeto será apresentado pelo prefeito da cidade, David Capistrano Filho (PT), na reunião preparatória da 2ª Conferência de Assentamentos Urbanos da ONU (Habitat 2), que começou segunda-feira em Nova York (EUA).
O projeto foi escolhido pela Unicef (órgão das Nações Unidas para a infância) como exemplar e será transformado em uma "referência mundial" no atendimento a crianças carentes.
Funciona da seguinte maneira: os integrantes do projeto entram em contato na rua com meninas prostituídas ou carentes e as levam para um centro de convivência chamado "Casa do Trem".
Ali, elas podem aprender a trabalhar como cabeleireira ou manicure, em um salão de beleza mantido pela prefeitura.
O centro também realiza cursos sobre sexualidade e promove acompanhamento escolar e iniciação ao trabalho.
Atualmente, o projeto tem cadastradas 170 meninas, sendo que 85% delas estão frequentando a escola regularmente.
Mortalidade
Além do projeto de atendimento a menores prostituídas, Santos deverá apresentar no Habitat programas voltados para o combate à mortalidade infantil, de saúde bucal e de educação.
O programa de atendimento a recém-nascidos da Prefeitura de Santos conseguiu baixar o índice de mortalidade infantil na cidade de 34 por mil nascidos vivos, em 1990, para 22 por mil, em 1994.
Ele é baseado em equipes de médicos que acompanham os recém-nascidos com problemas de saúde mesmo depois que eles deixam as maternidades.
O programa de saúde bucal atinge as 50 mil crianças da rede municipal e estadual de ensino da cidade. O número médio de dentes cariados em crianças de até 12 anos caiu de 8,9, em 1975, para 1,7, em 95. A média do Estado de São Paulo é de 6,4.

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