São Paulo, quarta-feira, 7 de fevereiro de 1996
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BC suspende operações de ouro no exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central suspendeu ontem, "por algumas semanas", suas operações no mercado internacional de ouro.
Segundo o BC, a decisão foi motivada por rumores internacionais sobre uma suposta necessidade de compra maciça do metal pelo Brasil.
"Há vários grupos apostando em uma grande alta do ouro e aí surgiu a história de que o BC compraria mil toneladas do metal no mercado."
A afirmação acima é de Joubert Furtado, chefe do Depin (Departamento de Operações com as Reservas Internacionais do BC).
Um boato como esse teria o poder de fazer elevar as cotações do ouro no mercado.
Uma vez que os operadores acreditam em futuras compras de grande volume, a procura pelo metal aumenta e os preços também sobem.
"Se eu precisasse comprar, seria louco ao encerrar as operações em um momento de alta de preços", argumentou.
O chefe do Depin considerou "absurdas" as informações sobre o BC que correriam no mercado internacional.
"Mil toneladas equivalem praticamente à metade da produção anual de ouro no mundo todo", explicou ele.
Furtado disse que o BC vem tentando rebater os rumores desde setembro último, porém não vem obtendo sucesso.
Desde então, o metal tem registrado sucessivas altas, em função da especulação no mercado internacional.
Segundo Furtado, não há prazo para reabrir as operações com ouro no exterior.
Elas serão reabertas, disse, quando o BC considerar que a onda de rumores no mercado cessar "ou quando inventarem uma nova vítima".
Cotações
Ontem, o ouro registrou queda nos principais mercados europeus. Em Londres, o metal fechou a US$ 411,25 por onça troy. Uma redução de US$ 3,25 com relação ao valor do dia anterior, equivalente a 0,78%.
Em Nova York, o ouro também caiu US$ 2,50, fechando a US$ 412,30 por onça troy.
E em Frankfurt, o metal foi negociado a US$ 411,35 por onça troy, US$ 3,23 menos que na segunda-feira.

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