São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996 |
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Oito são mortos em tiroteios em favelas do Rio SERGIO TORRES SERGIO TORRES; AURÉLIO GIMENEZ
Oito pessoas morreram ontem no Rio em dois tiroteios em favelas -um em Vigário Geral (zona norte) e outro no morro do Chapéu Mangueira, no Leme (zona sul). No primeiro deles, na madrugada, a PM matou a tiros três supostos traficantes da favela de Vigário Geral. O chefe da ação, major Maurício Soares Ghedini, disse que os três foram mortos porque reagiram com tiros aos policiais que queriam prendê-los. Dezenas de moradores da favela se reuniram na sede da Casa da Paz para protestar contra a ação da polícia. Representantes da entidade e do grupo Mães de Acari serão recebidos amanhã pelo ministro da Justiça, Nélson Jobim. Eles apresentarão dossiês sobre arbitrariedades e atos de violência supostamente cometidos pelas polícias Civil e Militar nas favelas. Em 30 de agosto de 93, cerca de 30 policiais invadiram a favela deixando um saldo de 21 mortos. O Secretário da Segurança, general Nilton Cerqueira, disse que a PM assume plenamente a responsabilidade pela "morte dos bandidos" da favela de Vigário Geral. "A nossa ordem é que o policial tem que agir com energia, respondendo às agressões com as armas que a sociedade lhe dá para exercer seu trabalho", disse. Mangueira No morro do Chapéu Mangueira, um tiroteio ontem à tarde provocou a morte de cinco pessoas e feriu uma moradora. PMs disseram que os mortos eram traficantes. Os parentes de uma das vítimas afirmaram que ela não tinha ligação com o tráfico. O tiroteio teria ocorrido entre quadrilhas rivais. Traficantes da Mangueira estariam tentando controlar o Chapéu Mangueira, segundo a PM. No Chapéu Mangueira mora a senadora Benedita da Silva (PT-RJ). Texto Anterior: Fleury afirma que ordenaria invasão Próximo Texto: Policiais são acusados de tentar linchar preso Índice |
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