São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996
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Pacino coloca prefeitos de NY em xeque em 'City Hall'

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Histórias sobre políticos corruptos envolvidos em assassinatos misteriosos são uma receita quase certa para filmes bem-sucedidos.
Se for acrescentado à história um jovem idealista e pé no chão, disposto a quebrar o ciclo de corrupção, as chances de agradar ao público são maiores ainda.
E é por isso que "City Hall" -novo longa do diretor Harold Becker ("Malícia" e "Sea of Love")- deverá ser o filme que vai atrair mais público neste fim-de-semana, quando estréia em 40 Estados norte-americanos. No Brasil, a estréia está prevista para abril.
O grande trunfo de "City Hall", porém, não é a história: é a presença do ator Al Pacino, 55, que depois de quatro anos fora das telas, voltou em dose dupla ao cinema com dois lançamentos em menos de três meses.
Além de "City Hall", ele é protagonista ao lado de Robert de Niro do ultraviolento "Heat", que estreou nos EUA no fim de novembro.
Apesar da presença de Pacino, "City Hall" não estará concorrendo ao Oscar 1996 porque as regras da Academia determinam que um filme só pode ser inscrito se for lançado até 31 de dezembro.
O roteiro de "City Hall" foi escrito por Ken Lipper, ex-chefe de gabinete de Ed Koch, um dos prefeitos mais controversos que Nova York já teve.
Os escritores Nicolas Pileggi (autor de "Os Bons Companheiros" e "Cassino") e Bo Goldberg ("Perfume de Mulher" e "Melvin e Howard") também colaboraram na elaboração do roteiro.
O filme se passa em 1995 em Nova York e tem um atrativo extra para constar em seus créditos: ele foi o primeiro a receber autorização para que suas cenas fossem gravadas dentro da prefeitura.
"Foi uma loucura. A gente só podia gravar entre a meia-noite de sexta e a meia-noite de domingo para não atrapalhar o funcionamento da prefeitura. Montamos e desmontamos os equipamentos umas 12 vezes", afirmou Harold Becker à Folha.
"City Hall" é um thriller político que conta a história de um jovem idealista e seu mentor, um prefeito experiente e mais acostumado à realidade dos bastidores da política. Pacino faz o papel do prefeito John Pappas (de origem grega) enquanto Kevin Calhoun, o idealista chefe-de-gabinete, é interpretado pelo John Cusack.
Para compor o personagem, Pacino afirma que se baseou nos três últimos prefeitos de Nova York: Ed Koch, David Dickens e Rudolph Giuliani, além do líder comunista Vito Marcantonio.
Pappas é um político tradicional que sabe que para conseguir governar a seu gosto precisará fazer acordos pouco convencionais.
Já Calhoun é um aprendiz aplicado, que não admite que exista comportamentos que não "semi-éticos". "Para Calhoun as coisas são brancas ou pretas e não se misturam. Já para Pappas existe uma grande área cinza em que quase tudo pode acontecer", diz Becker.
Os acordos obscuros de Pappas vêm à tona quando um menino negro é morto durante uma troca de tiros entre um policial-herói e um traficante de drogas.
O elenco de "City Hall" conta ainda com Bridget Fonda (que faz o papel de uma promotora que suspeita da ligação do prefeito com o crime) e Danny Aiello.
Ele faz o papel de Frank Anselmo, um político do Brooklyn que, como o prefeito Pappas, não se importa em atuar na "área cinza da política".

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sobre "City Hall" à pág. 5-10

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