São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996
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Esterilização e camisinha

A grande procura por cirurgias de esterilização registrada na cidade de São Paulo mostra com eloquência o tamanho da demanda que se deverá observar em todo o país por esse tipo de método contraceptivo se ele for de fato colocado à disposição das pessoas.
É evidente que todos os meios de contracepção devem estar ao alcance da população, mas a laqueadura de trompas e a vasectomia são soluções extremas, cujas implicações devem ser sempre muito bem explicitadas. Outras opções para o planejamento familiar devem sempre ser apresentadas.
A reversão desse tipo de cirurgia é extremamente difícil, de modo que é preciso que se garanta que o paciente não se vá arrepender depois. É desejável que o candidato à esterilização seja maior de determinada idade e já tenha pelo menos dois filhos. Aconselhamento psicológico e o transcurso de um certo tempo entre a decisão e a operação também são importantes.
Como toda cirurgia implica riscos, é preciso que métodos alternativos como a pílula, o DIU e o diafragma sejam propostos quando não houver contra-indicação.
É necessário também deixar claro que o conceito de saúde reprodutiva não inclui apenas o planejamento familiar, mas também a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis como a Aids. Se o candidato à esterilização não tiver parceiro fixo e monogâmico, o uso da camisinha ainda é o meio mais indicado, não só para evitar filhos como também para evitar a morte.

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