São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Comércio vende menos em janeiro

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio paulista faturou em janeiro 14,67% menos em relação ao mesmo mês de 95. A queda no volume vendido, no entanto, foi menor: 5,68% no período.
Nos últimos 12 meses, as vendas físicas acumuladas cresceram 9,64%, enquanto o faturamento real (descontada a inflação) praticamente se manteve. O aumento foi de apenas 0,36%.
Os números são da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP), que consultou 1.800 pontos de venda da região metropolitana da cidade.
Com esse resultado, diz Vladimir Furtado, economista da entidade, o comércio retoma o nível de janeiro de 94, antes do Real.
É que janeiro do ano passado foi excepcional, o melhor da década de 90 para os lojistas.
Segundo Furtado, o fato de o faturamento ter caído mais do que a venda física no mês passado indica que as lojas continuaram reduzindo margens e preços para enfrentar a concorrência.
"Com a redução de margens, que ocorre desde o ano passado, as lojas acabam vendendo um volume maior de produtos baratos."
Tanto é que o único segmento do comércio que se saiu bem no mês passado, segundo a pesquisa da FCESP, foi o de semiduráveis (vestuário, tecidos etc).
Essas vendas cresceram 17,38% em volume e 2,66% em faturamento sobre janeiro de 95.
Quem puxou para cima a venda desse segmento foram as lojas de vestuário. Nos tecidos houve queda de 40,25% no faturamento.
Também as lojas de departamento, que centraram fogo nas promoções para desovar geladeiras, TVs etc., conseguiram ter um resultado positivo em janeiro.
Essas lojas fecharam o mês com crescimento de 14,66% no volume físico e 1,51% no faturamento sobre o de janeiro de 95.
Mas o segmento ao qual elas pertencem, o de bens duráveis, registrou queda de 5,94% nas vendas físicas e de 16,72% no faturamento em igual período.
Segundo a pesquisa, o setor do varejo que teve a maior queda na receita em janeiro foi o comércio automotivo (-24,99%).
O destaque é para as concessionárias de veículos, que faturaram 27,62% menos na comparação com igual período de 95.
Também as revendas de materiais de construção faturaram 18,46% menos no mês passado na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Já nos supermercados, que vendem produtos de primeira necessidade, o recuo foi menor, de 8,51% na receita sobre janeiro de 95.

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