São Paulo, sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996
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Vendas da indústria cresceram 9,7%

DA SUCURSAL DO RIO

As vendas da indústria brasileira no ano passado apresentaram um crescimento de 9,71%, um resultado considerado "surpreendente" pelos técnicos da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) que fizeram o levantamento comparativo.
O resultado das vendas será muito diferente do registrado pela produção industrial, que está para ser divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo José Guilherme Reis, chefe do Departamento Econômico da CNI, o crescimento da produção ficará em 2%.
Segundo ele, a diferença entre os dois dados tem três explicações básicas, começando pelo fato de 95 ter sido um ano em que as indústrias reduziram drasticamente seus estoques.
O objetivo foi fugir dos juros elevados que as empresas precisam pagar para carregar seus estoques.
A redução de estoques significa que as empresas venderam mais do que produziram. A segunda explicação de José Guilherme Reis é que teria aumentado a qualidade dos produtos vendidos pelas fábricas.
Os produtos melhores teriam maiores custos de produção e, consequentemente, preços mais elevados, aumentando o faturamento das empresas.
A terceira explicação do economista é que a variação das vendas pode estar "um pouco superestimada" por conta de o IPA (Índice de Preços por Atacado), usado para corrigir o valor real das vendas, não ter, possivelmente, captado descontos nos preços.
Apesar do resultado positivo na comparação com os 12 meses do ano anterior, as vendas industriais em dezembro do ano passado apresentaram queda, tanto em comparação a dezembro de 94 quanto em relação a novembro de 95.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior a queda foi de 9,03%, e em relação a novembro de 95 a queda foi de 4,57%, já descontados os fatores típicos (sazonais) de cada mês.
Sem descontar os fatores sazonais, a queda em relação a novembro foi de 11,35%.

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