São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996 |
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Tápias queria presidir o Bradesco
MILTON GAMEZ
"É claro que considerei ser presidente, tanto é que vim até onde estou. Mas percebi que, dentro do estilo do banco, minha tarefa estava concluída", disse Tápias à Folha um dia após divulgar seu pedido de demissão. Número dois na hierarquia do Bradesco, atrás de Lázaro de Mello Brandão, Tápias deveria ter assumido a presidência do Bradesco no ano passado, após um mandato de três anos à frente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Acordo nesse sentido fôra firmado em 1991, quando o executivo aceitou representar o setor junto ao governo e à sociedade, segundo um colega de Tápias na diretoria do Bradesco. O problema é que, quando voltou à Cidade de Deus, sede do banco em Osasco (SP), Tápias foi reconduzido à vice-presidência do Bradesco, o que teria motivado sua demissão. Este ano, dois dias após ser informado por Brandão que seria indicado para o sétimo mandato na diretoria, ainda no cargo de vice-presidente, Tápias recusou-se a permanecer no banco após o mês de março, quando ocorre a assembléia de acionistas. Tápias nega a existência do acordo e também a vinculação da lentidão no processo sucessório à sua demissão. Nega, também, ter brigado com outros diretores do banco. Mas admite que começou a pensar em sair do Bradesco há um ano e meio, pouco antes de voltar. "Tudo o que eu quero é mudar de vida", afirmou. Ele diz que vai continuar trabalhando, pois tem apenas 53 anos. Mas quer dedicar mais tempo à sua família, o que não faz há 39 anos, desde que entrou no banco. "Recebi alguns convites de trabalho desde que pedi demissão, mas só vou pensar no assunto após deixar o Bradesco", afirmou. Texto Anterior: Preços dos supermercados caem no início de fevereiro Próximo Texto: Selo 'verde' deve ditar negócios entre empresas Índice |
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