São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996 |
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BC volta a comprar dólares e Bolsa cai
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O comercial (exportações e importações) fechou cotado a R$ 0,9780 para compra e a R$ 0,9781 para venda, no "piso" da banda cambial. Continua o ingresso líquido positivo (entradas maiores que saídas). Ontem, até as 18h, os computadores registraram uma entrada líquida de mais US$ 100 milhões. O BC foi cauteloso, diziam os analistas. Circulava no mercado um leque de medidas bem mais duro, inclusive a famosa quarentena (modelo adotado pelo Chile, cuja economia, apesar de bem-sucedida no ajuste, cabe inteira em Santo André). Mais do que isso. O BC optou pela continuidade do gradualismo. Isso significa que os juros vão continuar caindo em um ritmo, palavra da moda, cauteloso. Ontem, o BC emprestou recursos por dois dias à taxa-over de 3,60% -isso mostra que continua existindo dinheiro em excesso. O BC não baixa mais o juro porque lhe atribuiu "n" tarefas: regular o fluxo de dólares, ajudar o exportador, controlar o nível de atividade da economia. Resta ao BC a tarefa inglória de procurar o tal juro de equilíbrio. Isto é, aquele que é capaz de acomodar todas essas variáveis, enquanto o ajuste fiscal não chega. Mas, em economia, equilíbrio só existe em livro-texto. No mundo real ou sobra ou falta. No caso, sobram dólares. Até porque o ingresso de dólares só em parte é decisão da política econômica brasileira. Se o governo dos EUA baixar mais a taxa de lá, um novo expresso irá para os mercados emergentes -quer Gustavo Franco (diretor do BC) queira, quer não. Tanto que os títulos da dívida externa brasileira continuaram subindo ontem (novo recorde). O C-Bond fechou cotado a US$ 0,6813, com alta de 0,37%. A Bolsa paulista fechou em baixa de 0,32%. Lá, o cenário foi dominado pela guerra entre "comprados" (que apostam na alta) e "vendidos" (na baixa) no mercado de opções, que vence na segunda-feira. Texto Anterior: Denúncia contra crimes financeiros cresce 231% Índice |
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