São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jovem guarda do Muricy ignora o campeão

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, tá certo que o Botafogo teve problemas com o vôo que levava a delegação até Cuiabá.
Mas os sete gols marcados pela turma da jovem guarda do Muricy mostra que o time são-paulino é a arma mais quente deste verão cucaracho. Olé!
*
O Santos vem sendo vítima de uma série incrível de falhas de arbitragem.
Não vou desenvolver a teoria conspiratória. As arbitragens andam ruim no atacado, só que o time da canção praieira tem sido o mais prejudicado.
O pênalti assinalado no lance em que o Kennedy, literalmente, pisou na bola e tocou-a involuntariamente, foi um dos erros de arbitragens mais grosseiros que já vi em todos esses anos de muito fut.
Mas engana-se quem pensa que os problemas que o time enfrenta devem-se exclusivamente aos juízes.
Como o mar, o Santos ainda vive a ressaca da temporada passada. Já está na hora de começar a sair dela.
E nada melhor do que conseguir um bom resultado contra o Corinthians, jogando com um time sem titulares, para levantar o moral da esquadra.
*
As faltas no Edmundo serão a libertação do Marcelinho, o exterminador.
O recurso ilegal da falta será muito menos usado, daqui para a frente, pelos adversários do Corinthians.
*
A contribuição milionária de todos os erros: não deixa de ser útil para a cabeça dos jogadores e dos torcedores palmeirenses a pane sofrida pela máquina alviverde na quinta, contra o União.
*
São Paulo volta à rotina. Ou seja, vai faltar estádio outra vez.
*
Não há surpresa na boa campanha da Portuguesa. O que ela precisa? Preparar-se também para ser um time de chegada, não só um time de largada.
Aliás, com o número de jogadores experientes que o atual elenco tem, a Lusinha tem tudo para não desafinar diante dos (outros) chamados de grandes.
*
Quem acompanha as transmissões esportivas nos EUA vê como o hino da terra dos bravos é algo importante e presente nos grandes momentos.
O hino americano é uma canção simples, de letra curta e fácil, com uma mensagem clara de afirmação. Funciona perfeitamente como estimulador da coragem no ambiente competitivo do esporte.
Nosso hino é difícil, retórico. Nossos jogadores, na maioria dos casos, são semi-alfabetizados (o que não os denigre, apenas denuncia uma realidade).
Nosso patriotismo ainda carece de demonstrações mais fulgurantes.
Apesar de tudo isso, está certo ensinar o "Hino Nacional" aos jogadores. A lógica esportiva é uma lógica que pressupõe as pátrias (o que não significa patriotadas) e seus símbolos.
Aliás, volto aqui a uma sugestão antiga: convidar o Milton Nascimento para cantar o Hino Nacional no jogo final do Campeonato Paulista. Será política e esteticamente correto.
(Mas, para funcionar bem, é preciso melhorar o sistema de som dos nossos estádios, que é uma calamidade).

Texto Anterior: Diretoria estuda efetivar Muricy como técnico
Próximo Texto: ANTEONTEM
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.