São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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Em terra

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Tenho um amigo que sempre usa este recurso. "Se um marciano chegasse hoje à Terra, pensaria que..."
Pois, no caso, sou eu o marciano. Verde, depois de curtas e sofridas férias na selva paulistana -aquela história de a cidade em janeiro ser legal virou piada-, chego à Redação com Katayama andando mais que Alesi. Outra piada?
Na verdade, pré-temporada pode se tornar uma anedota, se mal analisada. Existe gente pisando fundo para aparecer, assim como os que estão mais preocupados em desenvolver determinada peça de seu novo carro.
E, com limites tão elásticos, estamos sujeitos a dissimulações e autopromoções.
Cada caso é um caso e apenas comparar tempos se torna leviano. De qualquer forma, repassando os fatos que ocorreram nestas primeiras semanas do ano, nada muito inesperado aconteceu.
A grande exceção, acredito, foi a negociação entre Ford e Jackie Stewart. Faz muito tempo que um time novo não chega com tanta bala às pistas.
Para variar, Peter Sauber, que tem fama de honesto, vai dançar de novo. Mas a associação prometida para 97 se encaixa mais nos padrões da F-1 atual.
Ah, temos agora três brasileiros na categoria. Mas isso era esperado. O que surpreende é Barrichello contendo sua logorréia, um bom começo.
Sobre o alemão não adianta falar. Para o grande público, o sujeito já é tri. Mas isso é inércia. Schumacher chegou a um patamar em que mesmo de patinete é favorito.
Seu relacionamento com a equipe e com o novo carro, cujo lançamento era neste fim-de-semana e foi adiado, ainda é a grande questão. De mal parecido padece Alesi.
Sobra a Williams, que deve bater todo mundo nesta pré-temporada, mas está sob a responsabilidade de um novato e de um veterano que precisa, como o primeiro, se superar.
Na América, onde até teste tem nome, Spring Training, o bacanão já foi eleito e se chama Paul Tracy, de novo sentado em um Penske.
E, entre os brazucas, Christian parece ter obtido, agora, um conjunto consistente.
Mas, como na Europa, os números da Indy também devem ser vistos com reservas. Em março, a coisa pode se alterar.
Até lá, vai se falar muito. Mas pouco será dito.
Notas
Depois de participar da inauguração do oval do Rio ao lado do prefeito César Maia, na próxima quarta-feira, Emerson Fittipaldi volta aos EUA para apresentar seu barco, o Joana 2, no Boat Show de Miami.
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Emerson disse ter ficado muito feliz com a homenagem dos cariocas, que vão batizar o oval com seu nome. Mais ainda quando soube do apoio à iniciativa do tricampeão mundial de F-1 Nélson Piquet, que emprestou há tempos seu nome para Jacarepaguá.
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O "Rato" não testou ontem. No oval de Homestead, na primeira sessão do dia, o mais foi Jimmy Vasser, que marcou 28s232, seguido por Adrian Fernandez (28s242), Scott Pruett (28s319), Park Johnstone (28s424) e outros tantos estranhos.
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Nesse período, o único brazuca a sair à pista foi Maurício Gugelmin, que, cheio de problemas, marcou 28s668. Por motivos técnicos, Christian Fittipaldi não participou desta primeira sessão.
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Começou ontem na Suécia a primeira etapa do Mundial de rali deste ano. Disputada sobre a neve, a prova é uma das mais rápidas temporada.

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