São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 1996
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Atentado fere cem em Londres

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Um atentado terrorista ocorreu pouco antes das 19h de ontem (17h em Brasília) no complexo de prédios comerciais de Canary Wharf, situado nas docas de Londres, região leste da cidade.
A explosão se deu cerca de uma hora e meia após a rede de rádio e TV da República da Irlanda anunciar ter recebido mensagem supostamente do IRA (Exército Republicano Irlandês) informando que o cessar-fogo de suas atividades terroristas chegaria ao fim.
Segundo as primeiras informações divulgadas pela polícia britânica Scotland Yard, mais de cem pessoas teriam ficado feridas, entre duas e seis seriamente. Cerca de 80 bombeiros trabalhavam no local no início da noite.
Vinte minutos antes da explosão, um jornal de Belfast, capital da Irlanda do Norte, recebeu uma outra mensagem em código alertando sobre o atentado.
A mensagem foi enviada à Scotland Yard, que esvaziou parcialmente o local do atentado, evitando um número maior de vítimas.
"Com grande relutância, a liderança do IRA anuncia que a cessação completa das operações militares terminará às 18h", seria o texto da mensagem enviada.
Até as 21h de ontem (horário de Londres), o Sinn Fein, partido político ligado ao IRA, ainda não havia feito nenhum comentário sobre a explosão nem sobre o anúncio do fim do cessar-fogo.
O premiê britânico, em nota oficial, qualificou o atentado como um "ultraje horroroso". John Major exigiu uma condenação "imediata e inequívoca" por parte da liderança do Sinn Fein e do IRA.
"Seria uma tragédia se o desejo das pessoas por uma paz duradoura for comprometido de novo por homens adeptos da violência", afirmou o primeiro-ministro.
Ontem ainda não era certo se a decisão de encerrar o cessar-fogo tinha o apoio da liderança do IRA e do Sinn Fein ou se havia sido tomada por um grupo dissidente dentro da organização terrorista da Irlanda do Norte.

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