São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Casas pré-fabricadas 'namoram' a cidade

RODRIGO AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

As casas pré-fabricadas ainda não conseguiram seduzir a população urbana brasileira e continuam sinônimo de opção de moradia para a praia ou para o campo.
Essas casas têm a particularidade de serem construídas com maior rapidez e, muitas vezes, por preços menores que os dos sistemas de alvenaria tradicional.
A construção é feita por meio de sistemas modulares. As peças são fabricadas antecipadamente e "encaixadas" umas nas outras.
"Mas a idéia de morar em uma casa pré-fabricada ainda não é bem aceita pelo brasileiro", diz Vera Fernandes Hachich, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
Essa recusa acontece por diversos motivos. Por exemplo, a incerteza quanto à segurança das edificações e a padronização visual.
Em países do Primeiro Mundo, em especial nos EUA, diz Vera, esse tipo de sistema construtivo é mais aceito do que no Brasil.
Ela acredita que a tecnologia nacional para a construção de casas pré-fabricadas já está bem desenvolvida e que a insegurança pode ser anulada com algumas precauções anteriores à compra (leia texto na pág. 9-7).
Mas algumas empresas estão tentando mudar essa situação.
"Em Brasília e Belo Horizonte, já estamos vendendo muitas residências para a região urbana", diz Maria Selene Almeida, gerente da Casema, que constrói casas pré-fabricadas de madeira.
A empresa contratou arquitetos para elaborarem projetos atrativos para os moradores das cidades.
"Vamos investir principalmente em casas de dois e três dormitórios", diz Maria Selene.
Outra forma de atrair o consumidor é facilitar o pagamento.
A St. Moritz, que constrói pelo sistema de "alvenaria rápida", por exemplo, cobra 30% de entrada e financia o saldo em 100 vezes. Já a Casema participa de um consórcio da Rodobens com 36 meses de duração e o sorteio de duas unidades por mês.
Mas o dinheiro anda curto no bolso no consumidor. "Queria comprar uma pré-fabricada em estilo rústico, mas os preços andam meio salgados", diz o torneiro Jorge Luís Cancian, 27.

LEIA MAIS
sobre casas pré-fabricadas nas págs. 9-3 e 9-7

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