São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996
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Falta de informações pode gerar problemas

DA REPORTAGEM LOCAL

A compra de uma casa pré-fabricada sem os devidos cuidados pode representar uma tremenda dor de cabeça.
O Procon não possui levantamento específico de reclamações contra construtoras desse tipo de imóvel. Mas, segundo Tânia Virgínia de Souza, supervisora de serviços, elas são pouco frequentes.
Isso ocorre porque, muitas vezes, o órgão não pode tomar providências devido ao valor envolvido. O Procon só pode encaminhar para um Tribunal de Pequenas Causas ações de até R$ 4.000.
Como reclamações que envolvem casas pré-fabricadas normalmente ultrapassam esse patamar, o órgão orienta o consumidor a procurar a Justiça Comum.
Foi o que aconteceu com o aposentado João Lino Teodoro, 52, que teve problemas ao comprar uma casa de uma empresa da qual não tinha informações.
Ele recebe R$ 400 por mês de aposentadoria e pagou R$ 7.900 pela casa na qual pretendia morar no Jardim Consórcio (zona sul de São Paulo).
A casa ficou pronta em novembro de 94, mas, na primeira chuva, apresentou uma série de problemas. "O piso se levantou e o telhado ficou todo estragado."
Ele pagou à vista e, agora, vai gastar mais R$ 3 mil para reformar o imóvel e torná-lo habitável.
"Quase tive de derrubar a casa e construir de novo."
Teodoro entrou com uma ação no Procon, mas vai ter mesmo de recorrer à Justiça Comum. "Já faz mais de um ano que estou tentando resolver o meu problema".
Mais problemas ainda teve a funcionária pública Regina da Cunha Figueiredo, 44, que teve de adiar sua mudança para Mongaguá, no litoral do Estado.
Ela comprou uma casa pré-fabricada para ser construída em um terreno que possui naquela cidade. Pagou R$ 5.670 pelo imóvel, que, afinal, acabou não sendo entregue.
Regina chegou à empresa na qual comprou a casa por meio de um anúncio. Pouco depois, soube que a empresa havia sido fechada e que seus cheques já haviam sido descontados. "Eles prometeram entregar a casa em 30 dias, mas acabei ficando sem nada", diz Regina

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