São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996 |
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Carro partilhado ajuda a ganhar tempo
LUCIANO SOMENZARI
O famoso "carro da família" ou o veículo surrado usado pelos sócios e empregados de uma mesma empresa, por exemplo, virou rotina nas grandes cidades. A prática, porém, pode reduzir a vida útil do automóvel (leia texto ao lado). Na família Pares nem sempre se chega a um acordo na hora de dividir o Gol CL 93. O estudante Eduardo Lima Pares, 24, costuma usar o carro nos finais de semana e o deixa para sua mãe, Dinea, 55, nos demais dias. "Quando a minha irmã briga com o namorado, quer usar o carro no fim-de-semana e às vezes dá briga", afirma Eduardo. Um dia depois de conversar com a Folha, Eduardo bateu o Gol, depois de uma curva mal feita em uma estrada do Alto da Serra, onde mora. "O problema do carro dividido é esse: quando um bate, azara a vida de todos." Roberto Novelli Fialho, 32, e Valéria Cássia dos Santos, 25, têm muito em comum, além de uma picape Saveiro 89. Eles são namorados e sócios em um escritório de arquitetura, em Santa Cecília (zona central). Dividem o carro todos os dias, em horários alternados. "Não tomo nenhum cuidado especial com a picape, apesar de a usarmos bastante", diz Fialho. A família Kawanami é unida até na hora de dividir o Uno CS 90. Os filhos Júlio, 19, e Cláudio Márcio, 21, estudantes, sempre chegam a um acordo com o pai Chundi, verdadeiro dono do carro. "Durante a semana eles vão trabalhar de ônibus e aos sábados e domingos combinam os melhores horários", afirma Chundi. Os irmãos Barion, Emerson, 23, analista de suporte, e Frederico, 25, músico, criaram regras rígidas para o uso do Voyage 86. "Todas as despesas, inclusive mecânicas, são divididas meio a meio", diz Emerson. Segundo ele, nem se tivessem dinheiro daria para comprar um outro carro. "Falta mais um lugar na garagem." Próximo Texto: Especialista não recomenda Índice |
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