São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996 |
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Camarão que dorme, a onda leva
MARCELO CHERTO Semana passada mencionei aqui Leonard Swartz, um conhecido especialista em franchising dos EUA. Estamos ambos envolvidos, atualmente, num projeto de franquia de um grande grupo multinacional.Lenny, como o chamam os amigos, é um dos pioneiros do franchising moderno, tendo inclusive participado efetivamente da criação da Associação Internacional de Franchising (IFA). Aliás, foi na época em que atuei como representante especial (e único) da IFA no Brasil, nos anos 80, que me tornei amigo dele. Lenny foi protagonista de uma história que preciso dividir com você, leitor. Aconteceu no finalzinho dos anos 50, época em que eu nem havia ingressado no jardim-de-infância. Nosso herói era executivo da Dunkin' Donuts americana, naquela altura mal saída do cueiro. Graças à sua atividade na Dunkin' Donuts e nas reuniões do grupo que depois viria a se transformar na IFA, Lenny se tornou amigo de muitos franqueadores. Um desses caras, que vivia perto de Chicago, ofereceu-lhe a oportunidade de se tornar seu franqueador-master, com exclusividade sobre toda a Nova Inglaterra, a região formada pelos estados de Massachusetts, Connecticut, Vermont, Rhode Island, New Hampshire e Maine. A tal franquia era um conceito de fast-food que o tal amigo havia visto no interior da Califórnia e pelo qual havia se apaixonado perdidamente. Tanto que deu um jeito de se tornar o licenciado da marca para fins de franchising em todos os Estados Unidos. Naquela época, lá por 1958 ou 1959, o sucesso do negócio parecia duvidoso e Lenny achou que, por mais amigo que fosse do tal sujeito, não valia arriscar sua grana e seu esforço naquilo. Se o leitor conhece bem a história do franchising, já deve ter adivinhado que o amigo de Chicago era ninguém menos que Ray Kroc. E a tal franquia-master que Lenny rejeitou era "apenas" o McDonald's. Exclusividade total do McDonald's sobre seis Estados de uma das regiões mais ricas dos EUA! Toda vez que se lembra da história, Lenny tem vontade de chorar. Texto Anterior: Simplicidade é tema de discussão na Folha Próximo Texto: Crise bancária não foi superada Índice |
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