São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996 |
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Reino Unido teme novos ataques terroristas
OTÁVIO DIAS
Durante o fim-de-semana, o governos do Reino Unido, da Irlanda e dos EUA voltaram a condenar o ataque a bomba do IRA ocorrido na noite de sexta-feira em Londres e exigiram o imediato reinício do cessar-fogo das atividades terroristas do grupo. Em nota oficial divulgada no sábado, o primeiro-ministro do Reino Unido, John Major, desafiou o Sinn Fein, partido político ligado ao IRA, a "dizer agora que sua campanha de violência terminou e nunca será retomada". "Nenhuma organização tem o direito de negar à população da Irlanda do Norte um futuro pacífico", disse o presidente dos EUA, Bill Clinton, no sábado. Segundo os jornais britânicos, Clinton pretende enviar ao Reino Unido seu assessor para assuntos de segurança, Anthony Lake, e o senador George Mitchell, ex-presidente da comissão independente que estudou o processo de paz na Irlanda do Norte. O primeiro-ministro da Irlanda, John Bruton, exigiu a restauração imediata do cessar-fogo iniciado em 31 de agosto de 1994 e afirmou não estar em condições de dialogar com o Sinn Fein enquanto a violência não for suspensa. No sábado, o líder do Sinn Fein, Gerry Adams, pediu uma reunião urgente com os governos do Reino Unido e da Irlanda para discutir o processo de paz. Mas sua posição como negociador está sendo questionada, por um lado, porque ele afirmou não ter tido conhecimento dos planos do IRA de explodir a bomba e, por outro, porque se recusou a condenar o ataque. Adams declarou-se entristecido e reafirmou seu desejo de paz, mas disse que, se condenasse o atentado, colocaria em risco sua posição como interlocutor junto ao IRA. Ontem à noite, John Major reuniu-se com seus ministros para discutir a estratégia do governo britânico após o atentado. No sábado, o ministro para a Irlanda do Norte, Patrick Mayhew, voltou a defender a realização de eleições como uma saída para o processo de paz. Desde a explosão da bomba, a segurança foi reforçada na City de Londres, centro financeiro e comercial da cidade, assim como em outras áreas da capital e em outras cidades do Reino Unido. O atentado da última sexta-feira num complexo de prédios comerciais nas docas de Londres causou duas mortes e feriu mais de cem pessoas, 39 com maior gravidade. Texto Anterior: Texto prejudica candidato Próximo Texto: Carro-bomba deixa 17 mortos na Argélia Índice |
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