São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996 |
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Aumento no volume de compras de ações da Vale é apurado pela CVM
FRANCISCO SANTOS
A CVM é o órgão do governo federal encarregado de fiscalizar e definir normas para as operações no mercado de capitais. Suas investigações têm caráter sigiloso até que se prove a culpabilidade dos supostos envolvidos. No dia 1º deste mês a Vale anunciou a descoberta de uma jazida subterrânea de ouro no município de Curionópolis (PA), com reservas estimadas em 150 toneladas do mineral. A jazida está avaliada em R$ 2 bilhões. Um dos aspectos em exame é se há relação entre a descoberta da mina e a compra de ações. Isso caracterizaria a existência de informação privilegiada por parte de eventual ou eventuais compradores. O anúncio da descoberta foi feito pela direção da Vale no começo da noite do dia 1º, quando as bolsas já estavam fechadas. Nos dias após o anúncio, houve valorização dos papéis da empresa (leia texto ao lado). A CVM informou que, por enquanto, nenhuma irregularidade foi constatada. Ela constatou que no final de janeiro houve também um movimento considerado anormal com ações do Banco do Brasil. A investigação da CVM é feita a partir de registros em computador contendo o histórico de todas as operações realizadas. Segundo um dirigente da CVM ouvido pela Folha, o motivo para a concentração de compras em ações da Vale pode ser meramente especulativo e estar também relacionado com a forte entrada de capitais estrangeiros no Brasil. Os investidores no mercado de ações brasileiros, inseguros com a demora na privatização das telecomunicações, estariam migrando de papéis da Telebrás para ações da Vale e do Banco do Brasil. Texto Anterior: Receita começa mal Próximo Texto: Lucro teórico chega a R$ 3 mi Índice |
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