São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Jackson voa, faz compras e volta aos EUA

DA SUCURSAL DO RIO

Em seu último dia de Rio de Janeiro e de Brasil, o cantor norte-americano Michael Jackson, 37, teve uma programação típica de criança: comprou brinquedos, passeou, de helicóptero, pelos diversos pontos turísticos da cidade e até ganhou presente: um disco de ouro de sua gravadora.
O passeio de Michael Jackson de helicóptero pela cidade transformou-se numa aventura para os ocupantes dos cinco aparelhos envolvidos -dois levaram Jackson e seus convidados e três, jornalistas.
Durante a meia hora que durou o passeio, os cinco pilotos trocaram xingamentos nervosos pelos rádios. Aflitos, eles temiam que pudesse acontecer um acidente.
"Sai de cima de mim, você vai me derrubar", gritou um, nervoso, quando os três helicópteros com jornalistas esperavam, sobre o Forte de Copacabana, a decolagem de Jackson.
"Agora sai pra lá que é minha vez de ficar perto dele", gritou outro, quando o helicóptero que transportava Jackson sobrevoava o morro Dona Marta.
Jackson sobrevoou as praias de Copacabana, Leme, Urca e Pão de Açúcar. "Isso não vai acabar bem", queixou-se um piloto quando a "esquadrilha" chegou ao centro da cidade.
Encantado com a igreja da Candelária e com o arsenal de Marinha, logo em frente, Jackson pediu que o piloto parasse. Tumulto. Os outros quatro pilotos, assustados, temiam pela parada sobre a área militar.
Novo susto ao sobrevoar o morro da Providência, atrás da Central do Brasil (centro), no caminho para o Sambódromo. "Aqui eles (os traficantes) não gostam de brincadeira. Avisa aí pro homem", pediu um dos pilotos.
A aventura prosseguiu quando Jackson pediu para sobrevoar a favela da Rocinha. Os cinco helicópteros fizeram rasantes sobre a favela, assustando os moradores.
Depois da Rocinha, o alívio. "O homem pediu para voltar. Ele agora quer fazer compras. Até que enfim", disse o piloto que transportou o cantor.
Shopping
Pelo menos por um dia, Jackson deixou de lado a fama de pessoa avessa a tumultos e multidões. No início da tarde, ele caminhou por um trecho da rua Visconde de Pirajá -uma das mais movimentadas de Ipanema, zona sul.
Todo vestido de preto e com máscara no rosto, entrou na galeria Vip Center cercado por fãs. Na loja Musicenter, gastou cerca de R$ 600 comprando um tamborim, um agogô, um reco-reco e uma viola caipira. Deixou encomendada uma cuíca.
Depois, tentou comprar alguns CDs dos Beatles e Beach Boys. Não conseguiu. A loja onde entrou -a Spider CDs- é uma locadora, e o gerente Richard Geier não quis abrir exceção a Jackson.
Na loja de brinquedos La Look, Jackson gastou cerca de R$ 1 mil. Eduardo Gomes, 12, e Rogério Rosa, 11, furaram o bloqueio da segurança e entraram na loja com o cantor. Vendedores de bala nas ruas de Ipanema, os dois ganharam presentes do cantor. Eduardo saiu com um robô, e Rogério, com um carro com controle remoto.
Às 22h20, Michael Jackson chegou ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Não fez check-in com os passageiros e, às 22h45, deixou o Brasil, no vôo 860 da Varig, para Nova York.

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