São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Econômico desprezava a fiscalização do BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As operações irregulares realizadas pelo Banco Econômico com empresas coligadas e empréstimos a terceiros demonstram que não havia qualquer temor quanto ao poder de fiscalização do BC (Banco Central).
Em agosto de 1993, o banco concedeu um empréstimo de US$ 15 milhões recebendo como garantia apenas um Chevette 93.
Essa operação consta do ofício encaminhado pelo BC ao Ministério Público na semana passada. Todas as irregularidades estão previstas na Lei do Colarinho Branco e comprometem o acionista majoritário do Econômico, Angelo Calmon de Sá.
O empréstimo de US$ 15 milhões correspondeu a um valor de 13.340 vezes o patrimônio do cliente -o equivalente a US$ 1.256,87-, e a empresa não possuía tradição no mercado.
As empresas que conseguiram o empréstimo -Moviplan Projetos e Incorporações Ltda e Personal Empreendimentos Ltda- foram constituídas 12 dias antes da liberação dos valores. Cada uma das empresas recebeu US$ 15 milhões.
Um músico, com capital de US$ 287,70, em setembro de 1992, conseguiu um empréstimo de US$ 10 milhões. A operação foi 60 mil vezes superior ao patrimônio líquido do cliente. O valor não foi creditado na conta do cliente e pode se caracterizar como crime de evasão de divisas.
O Banco Econômico realizou operações irregulares com 11 empresas onde possuía participação acionária acima de 10%, contrariando a Lei do Colarinho Branco. A primeira operação que consta no documento foi realizada em 1984.
Foi concedido um empréstimo de US$ 189,3 mil à Nova Aliança S/A (ex-S/A Lavoura Indústria Reunidas).
O Econômico detém o controle de 98,99% dessa empresa por intermédio das coligadas Agropecuária Senhor do Bonfim Ltda, Econômico Agropastoril Industrial S.A, Econômico Empreendimentos e Promotora Econômico Consultoria e Vendas Ltda.

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