São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Ato reúne 45 mil metalúrgicos em Bonn

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 45 mil trabalhadores ligados ao IG-Metall, maior sindicato alemão, protestaram ontem nas ruas de Bonn (capital) contra o projeto de reforma da Previdência elaborado pelo governo.
O IG-Metall reúne aproximadamente 200 mil metalúrgicos alemães e é considerado o sindicato mais poderoso do país.
A proposta do governo prevê o fim da aposentadoria antecipada (aos 55 anos de idade) e sua substituição por um plano de aposentadoria gradativa, com reduções graduais na jornada de trabalho, a partir dos 58 anos de idade.
Economistas ligados ao sindicato afirmam que a aposentadoria gradativa reduziria significativamente o poder aquisitivo dos aposentados alemães.
Para Klaus Zwickel, presidente do sindicato, a proposta é "uma loucura político-social" e põe em perigo a "Aliança pelo Emprego" -pacto entre governo, trabalhadores e empregadores, aprovado em 30 de janeiro, que pretende reduzir pela metade o desemprego no país até o ano 2000.
O ministro da Economia Norbert Bluem diz, porém, que o atual sistema provoca déficit na Previdência. Este ano, o déficit poderia chegar a US$ 6 bilhões.
A manifestação ocorreu em Bonn, apesar da temperatura de cerca de 0øC e da reunião (no mesmo dia) do chanceler Helmut Kohl com trabalhadores e empregadores para tentar chegar a um novo acordo quanto à Previdência.
Preocupações
Kohl quer ver sua proposta aprovada por dois motivos.
Em primeiro lugar, um aumento do déficit público alemão, agora, poderia tornar-se um empecilho para a união monetária da UE (União Européia), programada para 1999.
Em segundo lugar, a proposta é a base do programa de Kohl para reduzir a taxa de desemprego no país, que chegou a 10,8% em janeiro, a maior desde 1948.

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