São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996 |
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Gol do Marcelinho deveria ir para a Bienal
MATINAS SUZUKI JR.
Aliás, o Edemar Cid Ferreira poderia abrir uma sala na Bienal só com o gol do Marcelinho. Título da sala: arte brasileira. * Candinho e Eduardo Amorim são dois técnicos promissores. Procuram trabalhar seriamente, sem estrelismos, visando mais a eficiência do que a exposição própria. São profissionais do boa reputação. No entanto, como principais responsáveis por dois times importantes do futebol brasileiro, permitiram que suas equipes se entregassem a uma violência desastrosa para os rumos do futebol. Aos dois falta ainda um controle maior, sob o aspecto psicológico, das suas equipes. Aos dois falta também uma certa malícia que impediria que o jogo descambasse para o festival de cartões que virou o clássico alvinegro. O time do Eduardo Amorim, no primeiro tempo, promoveu uma chacina esportiva: na metade do primeira fase, já havia cometido 17 faltas. O mais grave era a qualidade das faltas: jogadores entrando sem nenhum constrangimento, por trás, no tornozelo do adversário, com a máxima deslealdade, colocando em risco a continuidade da carreira profissional do colega. (De resto, se o Paulista vai bem tecnicamente, vai muito mal na violência: média de dois cartões vermelhos por jogo, na rodada, é assustadora!) O resultado não poderia ser outro: uma dezena de cartões amarelos e mais quatro cartões vermelhos. Mas a questão é: era possível evitar tanta violência? Era. O Corinthians deu o pontapé inicial do jogo. Pelo regulamento, o técnico Eduardo Amorim poderia, no meio do primeiro tempo, solicitar o chamado tempo técnico não só para dar um pouco de serenidade ao time, como também para ajustar o seu meio-campo, que tomava um baile danado do Santos. Robert, do Santos, que fez um primeiro tempo impecável, comandava todo o jogo. Recebia sempre livre de marcação e ditava o ritmo da partida. Perdido, desarrumado, ao Corinthians só restava uma alternativa: bater. E bater muito. Pois bem, Amorim foi omisso. Viu, de braços cruzados, seu time perder taticamente e perder a cabeça. Por pouco, o Corinthians não se afundou em uma tragédia histórica no alçapão da Vila. A tragédia só não foi maior para o Corinthians porque, do outro lado, Candinho também não soube se impor aos seus jogadores (alô, alô, Candinho, cinco cartões vermelhos em dois jogos é um pouco demais, nemesmo?). O técnico do Santos não tinha alternativa. Jogou com o time que dispunha. Já o Eduardo Amorim deixar no banco o Tupãzinho e o Marcelo Souza, que consertaram o time no segundo tempo, para escalar o Leônidas e o Mazinho Loiola é um pouco demais para a minha cabeça. PS: O Edmundo, depois do gol, reclamou, acertadamente, que o Eduardo estava demorando para mexer no time. Texto Anterior: Corinthians recua e aplica multa de 10% a Edmundo por expulsão Próximo Texto: Injustiça Índice |
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