São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Reconstrução deve custar US$ 250 mi

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A reconstrução do teatro La Fenice, de Veneza, destruído por um incêndio, deve custar US$ 250 milhões. A obra será custeada pela União Européia e pelo governo e industriais italianos.
As informações são do diretor artístico do teatro, o maestro brasileiro Isaac Karabitchevsky. Ele falou à Folha de Varsóvia (Polônia), onde se encontrava em turnê com o coro e a orquestra do teatro.
"Os trabalhos já começaram, e a liberação das verbas iniciais criou um clima de grande otimismo", afirma Karabitchevsky. "Falta definir se vamos adotar a planta de 1795 ou a de 1835".
O teatro La Fenice foi construído em 1795, em moldes neoclássicos. Após um incêndio, foi reconstruído em 1836, no estilo rococó. "Como hoje em dia há falta de artesãos para recriar o rococó, é mais provável que seja adotada a planta de 1795, mais espartana", diz o maestro.
A temporada deste ano está mantida, começando em 28 de fevereiro, com a Sinfonia nº 2 da Mahler -sintomaticamente, apelidada de "Ressurreição".
Este espetáculo será realizado no teatro Rossini, sala que o La Fenice utiliza para ensaios. Para a temporada de ópera (que inclui "Don Giovanni", de Mozart, "L'Heure Espagnole", de Ravel, "La Traviata", de Verdi, e "Turandot", de Puccini) o prefeito de Veneza, Massimo Cacciari, está providenciando a construção de uma grande "tenda".
"É uma estrutura com capacidade para 1.200 pessoas, com uma certa sofisticação acústica", diz Karabitchevsky. A solução já foi adotada pelo teatro Reggio, de Turim (Itália).
Concertos beneficentes devem complementar a quantia necessária para a reconstrução do La Fenice. Além do recital beneficente do tenor Luciano Pavarotti, o Metropolitan de Nova York e a Staatsoper de Viena já confirmaram a realização de concertos.
Além disso, os corpos estáveis do La Fenice devem excursionar pelo mundo. "O maestro Riccardo Muti já prometeu abrir as portas do Scala de Milão para nosso coro e orquestra", afirma o regente.
Existe, ainda, a possibilidade de uma turnê pelo Brasil. "Estamos em negociações, e o governo italiano se dispõe a arcar com os custos do transporte", diz o maestro.
Para o Municipal de São Paulo, em 96, o maestro confirmou a encenação das óperas "Tannhäuser", de Wagner, e "Turandot", de Puccini, além de, em versão de concerto, "Falstaff", de Verdi, e "Fosca", de Carlos Gomes.

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