São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 1996
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Dole é favorito em convenção republicana

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A última pesquisa de intenção de voto antes das convenções do Estado de Iowa indicava que o jornalista Pat Buchanan podia terminar à frente do empresário Steve Forbes na preferência dos eleitores da oposição.
O primeiro lugar, de acordo com a pesquisa, estava assegurado para o senador Bob Dole. Além de Buchanan e Forbes, o ex-secretário da Educação Lamar Alexander e o senador Phil Gramm também podiam terminar em segundo.
Mas 19% dos entrevistados pelo Instituto Mason Dixon ainda se diziam indecisos, horas antes de iniciarem as convenções, que se estenderiam até a madrugada de hoje em 2.142 diferentes locais de encontro.
A decisão dos 130 mil filiados ao Partido Republicano que participariam do processo tem importância política, embora na prática apenas influa na escolha dos 25 delegados de Iowa à convenção nacional republicana.
Iowa, Meio-Oeste dos EUA, é um Estado conservador, com população de 2,8 milhões de pessoas, 96,6% brancas, espalhada por centenas de pequenas cidades e dedicada em sua grande maioria à agricultura.
Os delegados de Iowa à convenção nacional são pouco mais de 1% do total. Mesmo assim, sua escolha é decisiva para a definição de quem será o candidato da oposição contra Bill Clinton em novembro próximo.
O motivo é que este é o primeiro confronto eleitoral direto dos nove aspirantes à candidatura republicana, e seu resultado, diante das expectativas anteriores, ajuda a delinear o futuro.
Bob Dole contava com a vitória, mas, acima disso, com uma larga diferença sobre o segundo colocado. Os 28% da pesquisa Mason-Dixon contra os 16% de Buchanan já soariam como pouco para muitos analistas.
A segunda posição para Buchanan seria uma alavanca para sua campanha, ainda considerada apenas simbólica.
O terceiro lugar para Forbes (15% na pesquisa Mason-Dixon), que contava com o segundo, poderia prejudicá-lo na eleição primária de New Hampshire, na próxima terça-feira, dia 20.
Para Lamar Alexander, o segundo lugar ou mesmo um terceiro perto do segundo poderia alentar sua morimbunda ambição.
Para Phil Gramm, terminar em quarto ou quinto seria a pá de cal em seus planos para a Presidência.
O avanço de Buchanan em Iowa é explicado pela crescente importância da direita religiosa na campanha. No discurso de Buchanan, questões morais, como a condenação ao aborto, são prioritárias.
Buchanan, 57, se lançou na política como uma espécie de anticandidato da direita contra o então presidente George Bush, em 1994.
Teve 22,8% dos votos nas eleições primárias e convenções regionais republicanas.
Este ano, ele continua sendo visto mais como um propagador de idéias do que um candidato "sério". Mas sua vitória sobre Gramm nas convenções de Lousiana, da qual só os dois participaram, aumentou seu cacife.
O presidente Bill Clinton participou sem concorrentes das convenções regionais de seu partido, o Democrata, em Iowa. Ele fez campanha com os olhos voltados para o pleito de novembro.

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