São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 1996
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Interesse pessoal é justificativa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Interesses pessoais, engano ou falta de atenção foram justificativas apresentadas por alguns dos deputados que assinaram o destaque de autoria de Nilson Gibson (PMN-PE).
"Assumo que não quero ficar sem a aposentadoria a que tenho direito. Tenho 32 anos de política. Não saberia voltar para o meu consultório, ninguém iria confiar em mim fazendo operação", disse o deputado Maluly Neto (PFL-SP).
Também favorável ao IPC, Laire Rosado (PMDB-RN) afirmou ter assinado o pedido de destaque por hábito. "Tudo o que pedem a gente subscreve."
Em junho do ano passado, Wilson Cignachi (PMDB-RS) apresentou um projeto de lei que previa a extinção do IPC.
Anteontem, ele assinou a lista. "Aquilo foi sujeira que fizeram comigo. Vou tirar minha assinatura ainda hoje (ontem) e pegar o safado que fez isso."
Apesar de o PSDB ter se manifestado contra o IPC, o deputado Salomão Cruz (RR) aderiu à idéia de Gibson. "Assino tudo. No meu caso, não preciso desse dinheiro para nada."
Severiano Alves (PDT-BA) se diz "defensor emérito" do benefício. "Vem esse presidente da CUT falar dos parlamentares e abrir a boca para sairem bobagens. Se acabarem com o IPC, voltamos ao tempo dos barões, quando só os ricos podiam estar na política. Eu preciso dessa aposentadoria", disse.

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