São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 1996
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Papa condenou o uso da camisinha em 89

DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º condenou o uso da camisinha para a prevenção da Aids no final de uma conferência sobre a doença no Vaticano, em novembro de 1989.
"Parece profundamente lesivo para a dignidade da pessoa e, como consequência, moralmente leviano propugnar a prevenção da Aids pelo recurso a meios e remédios que alteram o sentido autenticamente humano da sexualidade."
Ele não citou a palavra preservativo ou camisinha em suas declarações na conferência.
"Uma prevenção de inspiração egoísta, que reivindica considerações incompatíveis com valores prioritários da vida e do amor, nada mais é do que um ato ilícito, contraditório, amenizando o problema sem atacá-lo na raiz."
"Por isso, a igreja, intérprete segura da Lei de Deus, deve pronunciar uma série de 'nãos' ante alguns comportamentos e propor um estilo de vida plenamente significativo para a pessoa", disse.
Em visita a Uganda, país da África com altos índices da doença, há cerca de dois anos, o papa disse que "a castidade é a única maneira de pôr fim a essa trágica praga que é a Aids."
Em março passado, o papa lançou encíclica condenado o aborto e a "cultura da morte", sem mencionar o uso de preservativos.
Um guia de educação sexual lançado pelo Vaticano há dois meses criticava o preservativo.
"Os pais devem refutar a promoção do chamado 'sexo seguro' ou 'sexo mais seguro', uma política perigosa e imoral, baseada na teoria ilusória de que uma camisinha pode garantir proteção contra a Aids", dizia. "Os pais devem insistir na abstinência antes do casamento e na fidelidade depois dele como únicos meios seguros e verdadeiros de evitar a infecção."
A Igreja Católica nunca se pronunciou especificamente sobre o uso da camisinha para um casal em que uma das pessoas foi infectada pelo HIV, o vírus da Aids.

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