São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Caixa é repleta de curiosidades

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

A caixa "Carmen Miranda" esconde curiosidades, surpresas e preciosidades a cada instante de sua longa duração. O regional de "Como Vaes Você", por exemplo, é comandado por ninguém menos que Pixinguinha. Dalva de Oliveira e seu Trio de Ouro dividem com Carmen os vocais de "Na Bahia". Silvio Caldas revela-se parceiro constante em duetos.
Retoma-se uma época -perdida- em que música e teatro andaram de mãos dadas no Brasil. Carmen revela-se autêntica vedete de Teatro de Revista, nos trajes, nos vocais brejeiros, no imaginário sexualmente grosseiro das canções.
É flagrante a ponte entre a pioneira e a contemporânea MPB. "E Bateu-se a Chapa", de Assis Valente, por exemplo, é fonte de sambas como "Orgulho", de Paulinho da Viola. Desnecessário citar a comunicação com o movimento tropicalista, reivindicador retardatário do que Carmen preconizava 30 anos antes.
Mais explícitas são Nara Leão (que regravou "Quem É?" e "Me Dá, Me Dá") e Gal Costa, a mais fiel discípula e intérprete de Carmen: redimensionou "Balancê", "Samba Rasgado", "A Preta do Acarajé", "Na Baixa do Sapateiro", "Novo Amor", "No Tabuleiro da Baiana" e "Fon-Fon", todas presentes na caixa.
(PAS)

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