São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 1996
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Juninho perde camisa 10 da seleção

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A TANDIL (ARGENTINA)

O meia-atacante Juninho perdeu a camisa 10 da seleção brasileira.
Ela será usada por Souza amanhã, contra o Peru, na abertura do Torneio Pré-Olímpico de futebol, na Argentina. Juninho vestirá a 9.
A informação foi dada ontem pelo administrador da equipe, Carlos Alberto da Luz.
A camisa 10 tornou-se legenda no futebol a partir de Pelé.
Em todo o mundo, os melhores jogadores dos times, muitas vezes no meio-de-campo, passaram a utilizar o número.
"Para mim, não tem problema, só quero estar aqui", disse Juninho. Em seu clube, ele veste a camisa 25. Na seleção, acostumou-se com a 10.
Juninho participou do treino coletivo ontem na cidade argentina de Tandil (380 km ao sul da capital Buenos Aires).
Os titulares venceram por 3 a 0, gols de Souza, Sávio e Amaral. A equipe reserva teve cinco jogadores da seleção e seis de um clube argentino amador.
O técnico Mario Jorge Zagallo anunciou oficialmente o zagueiro Carlinhos como o capitão do time na competição. Zagallo destacou o desempenho de Juninho no treino.
"Quero ser campeão olímpico para entrar na história", disse Juninho, 22.
A frase é uma adaptação da antológica declaração do atacante Romário durante a Copa do Mundo de 94, nos EUA.
"Quero ser campeão do mundo para entrar na história; só isso me porá na história do futebol", afirmara, antes de conquistar o título.
Dez países sul-americanos participam do torneio, que classifica dois para os Jogos de Atlanta.
O caráter épico que Juninho confere à Olimpíada -e ao Pré-Olímpico- se deve ao ineditismo desse título para o Brasil.
O país mais bem-sucedido na história do futebol mundial, campeão de quatro Copas, nunca foi medalha de ouro nos Jogos.
"Por isso, todo mundo aqui também passará à história se ganhar em Atlanta", disse Juninho.
Até agora, Juninho é o único brasileiro radicado na Europa assegurado na estréia da seleção.
O lateral Roberto Carlos e o atacante Caio, ambos do clube italiano Inter de Milão, têm chegada prevista para hoje em Tandil.
"Se eles disserem que estão bem, serão escalados contra o Peru", disse Zagallo. Se não jogarem, serão substituídos por André e Leandro.
O outro "estrangeiro", Arílson (Kaiserslautern, da Alemanha), é reserva de Souza.
A seleção treinou ontem, a contragosto, no campo do clube Independiente, de Tandil.
Zagallo queria fazer o treino coletivo (titulares contra reservas) no estádio Municipal, local da partida de amanhã, mas foi proibido.
Só hoje os jogadores irão ao local para conhecer o gramado. Os organizadores também vetaram a realização de coletivo -só permitem bate-bola.
O zagueiro Alexandre Lopes correu risco de ser cortado.
Ele torceu o tornozelo esquerdo no fim do treino de anteontem, mas radiografia realizada ontem não constatou fratura.
Reserva do time, ficará dois dias sem fazer exercícios. Se fosse cortado, o provável substituto seria o atacante Luizão (Palmeiras).
A delegação do Peru, adversário do Brasil amanhã, chegaria na madrugada de hoje a Tandil. Ela viria de Buenos Aires, de ônibus.

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