São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 1996
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Nova pista interna garante aventura na terra

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de mais de 20 circuitos de kart indoor -corrida em ambiente fechado- inaugurados na cidade, surge uma nova opção. Um antigo galpão de uma rede de magazine transformou-se em pista de kart cross com 550 metros de extensão.
A diferença entre os já conhecidos kart indoors e a versão cross é muito grande: o carro é maior, o motor mais potente, tem câmbio, a pista é de saibro -mistura de argila com areia grossa- e a dificuldade para pilotar é bem maior.
A Folha acelerou o veículo na pista da Kart Cross, próximo ao Ceasa (zona oeste de São Paulo).
A dificuldade começa ao entrar no carro -o acesso é feito por cima da estrutura tubular.
Uma pessoa grande vai passar apuros para entrar e se ajeitar.
Dentro do kart, deve-se ajustar a posição do banco e conectar o cinto de segurança de quatro pontos -como na Fórmula 1.
A segurança, segundo os proprietários, é garantida. Uma batida contra os pneus de proteção não oferece perigo, garantem.
Capotagens só acontecem em situações extremas e, segundo Pedro Gouveia, um dos sócios do empreendimento, a estrutura tubular -o santantônio- protege o piloto. "Já capotei duas vezes e nada me aconteceu", diz Gouveia.
O banco, igual ao de um stock car (carro de competição), oferece conforto limitado: normal para a proposta do carro. Mesmo com regulagem de distância, é difícil encontrar uma boa posição de dirigir e alcançar ao mesmo tempo os pedais, a direção e a alavanca do câmbio.
Motor
O motor de 125 centímetros cúbicos (cc), o mesmo da moto Honda CG 125 Titan, colabora para a satisfação em pilotar o kart cross. Tem 12,6 cavalos-vapor (cv) e é mais potente que o kart tradicional indoor, de 5,5 cv.
O kart cross, em retas, chega a 60 km/h. Mas, mesmo na maior reta do circuito -80 metros-, a velocidade não deve superar 45 km/h.
Além disso, o kart cross conta com um sistema de transmissão de 5 marchas. O engate da primeira é para frente; o das demais, para trás.
Com motor mais forte e com caixa de marchas, as respostas são muito sensíveis aos comandos do acelerador. Há a vantagem de poder reduzir a marcha em curvas e em retomadas de velocidade.
Os engates das marchas são duros e imprecisos. É preciso prática para acertar as mudanças. Caso contrário, os erros são sucessivos.
Prática também é preciso para enfrentar as curvas mais fechadas. Se você entrar em baixa velocidade, certamente vai bater nos pneus. Para vencê-las, tem de entrar rápido e usar a derrapagem das rodas traseiras.
No kart tradicional, essa derrapagem é mais fácil de ser obtida. No cross é necessário velocidade e habilidade com o volante.
Competição
As provas de kart cross terão largada em movimento. "Primeiro será feita a tomada de tempo. A largada será feita em velocidade, como na Fórmula Indy".
Até a inauguração do circuito, dia 28 de fevereiro, os karts contarão com farol de milha e luz traseira de alerta.
Em Sorocaba, interior de São Paulo, é disputado o campeonato paulista de Auto Cross. As provas são em locais abertos e os carros atingem 140 km/h. "O kart cross é uma miniatura do auto cross", afirma Gouveia.
A idade mínima ainda não está definida, mas ficará em torno dos 16 anos -mas o público esperado está na faixa acima dos 20 anos.
Pilotar um kart cross é mais emocionante do que dirigir um kart indoor. Não basta acelerar e brecar: tem de pilotar. O recorde inicial da pista é de 45 segundos.

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