São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996 |
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Império da Tijuca "vinga" o Nordeste
AZIZ FILHO; FERNANDA DA ESCÓSSIA
O enredo se baseou em um canto de viola que prega o separatismo da região. "O Nordeste sempre foi figurante no Carnaval. Este ano, vai ser protagonista", disse Falabella, na concentração, antes de o desfile começar. Atrasado 20 minutos, o desfile da Império da Tijuca começou às 18h20. O abre-alas "Bufões do Palácio Imperial", com materiais rústicos, representava a eventual sede de um reino no Nordeste. Com poucos recursos, a escola fez um desfile arrastado e pouco empolgante. O Sambódromo ainda não estava lotado durante a apresentação da Império da Tijuca. Apesar do enredo, Falabella disse ser contra a separação do Nordeste. O carnavalesco também afirmou que desfile seria "um ato de cidadania para que o Brasil se veja mais como nação e não tenha regiões excluídas". O jogador Aílton, do Fluminense, que desfilou como diretor da escola, disse que o Nordeste tem condições de ser independente porque "tem muito mais riqueza do que pobreza". "De onde vem o ouro? Vem de lá, de Serra Pelada", disse o jogador. Serra Pelada, região de garimpo, fica no sul do Pará, na região Norte do país. O jogador Gonçalves, do Botafogo, disse ser contrário ao separatismo. Segundo ele, o Nordeste "não tem estrutura nenhuma para isso". Gonçalves é paulista e já jogou no Santa Cruz, de Recife. Apesar de se dizer "salgueirense de coração", Gonçalves desfilou com a camisa da diretoria da Império da Tijuca. "O Nordeste precisa é de mais apoio do sul". O ator Marcello Picchi, que também desfilou, disse que o Nordeste "não pode se perder do sul porque é uma região muito carente, com muitas necessidades". Texto Anterior: Escritor dança frevo em defesa da cultura Próximo Texto: Falabella acaba 'casamento' Índice |
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