São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 1996
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Parentes de nadadores sofrem para ver os Jogos

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

A dificuldade em conseguir ingressos para os Jogos de Atlanta atingiu também os parentes dos nadadores brasileiros. Acostumados a assistir em família às principais competições, correm o risco de não poder assistir aos Jogos de Atlanta.
Alguns tentaram diretamente com o Comitê Organizador; outros, junto à agência de turismo Stella Barros, credenciada para a venda no Brasil. Sem sucesso.
Entre os parentes de nadadores brasileiros, apenas os pais de Gabrielle Rose, que moram nos EUA, já conseguiram ingressos.
O próprio Gustavo Borges, que disputará quatro provas em Atlanta, não consegue entradas para os pais. Há uma semana ele telefona ao número para venda de ingressos do Comitê Organizador. "Só dá ocupado", lamenta.
A família considera sua presença importante psicologicamente.
"Já pensou você estar num país estranho, sozinho, olhar para a arquibancada e encontrar um parente lá?", pergunta José Jovino, 52, agricultor, pai de Gustavo Borges.
"Toda vez que ele bate na borda da piscina, olha para o lado. É o pai dele", conta Maria Aparecida Borges, 49, tia do nadador.
O próprio Gustavo afirma que a presença da família não é fundamental, mas é importante. "Tenho que dar um tchauzinho e agradecer a presença deles".
Luiz Lima, 60, funcionário público, pai do nadador do mesmo nome, quer ir a Atlanta, mas não acha sua presença fundamental. "É mais importante para nós que para ele. Ele fica tão empenhado em competir que não é essencial."
Mesmo que não consigam ingressos antes da Olimpíada, que começa em 19 de julho, os parentes dos nadadores pretendem viajar para Atlanta e tentar ingressos no câmbio negro.
A exceção é Antonio Carlos Scherer, 52, engenheiro, pai de Fernando. "Se não tiver ingresso, não vou me arriscar."
Ainda é possível que os pais de atletas consigam ingressos através do Comitê Olímpico Brasileiro, que tem direito a uma cota de ingressos, ainda não recebida.
Essas entradas seriam repassadas às confederações, que podem distribuí-las aos pais dos atletas.
Em Barcelona-92, os pais dos nadadores não tiveram dificuldade para obter ingressos. Em compensação, ficaram hospedados em Salou, balneário a quase 100 km de Barcelona. "Foi uma maratona", lembra Maria Aparecida Borges.

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