São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Malícia dá o tom a blocos

VANDECK SANTIAGO; FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA

O terceiro dia de Carnaval em Olinda (PE) foi marcado pelo desfile dos blocos mais desbocados e picantes que animam a cidade.
O bloco que mais despertou a atenção foi o Segurucu, cujo símbolo é uma mão com o dedo indicador em riste, presa numa vara de madeira.
Durante o desfile, os organizadores pedem que os foliões se sentem -os que ficam em pé são cutucados pela mão. Depois é cantado o hino do bloco, que tem alguns versos encerrados com palavrões.
Em seguida saiu A Porta, cujos integrantes carregam uma porta de madeira de 2,5 metros. No percurso, convidam mulheres a subir na porta e tirar peças da roupa.
Ontem, a estudante Carmem Maria da Silva, 18, subiu e, aos gritos de "tira! tira!", despiu a camisa e ficou com os seios de fora.
A Porta surgiu quando um grupo de rapazes encontrou uma porta solta na casa que haviam alugado para o Carnaval, em 1988. Resolveram usá-la para fundar um bloco.
O grupo tem uma banda com apenas quatro instrumentos: dois surdos, um tarol (tambor) e um pandeiro.
Os integrantes saem segurando uma corda e gritando "acorda! acorda!"
O Carnaval continua: às 8h sai o Bacalhau do Batata. A folia só deve terminar na madrugada de quinta-feira, com o desfile do Segura a Coisa, que defende a liberação da maconha.
(VS e FG)

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