São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Microssobrevivência

A questão econômica fundamental hoje não é mais apenas ou predominantemente macroeconômica. Na agenda nacional passam a ter peso crescente as modificações nas estruturas de mercado, na chamada microeconomia. É nessa dimensão que já se percebe o deslanchar de uma nova onda de investimentos.
Já não interessam apenas as contas públicas, a taxa de câmbio ou de inflação. Aos poucos, variáveis menos abstratas e mais próximas da realidade dos mercados contam mais. A diferenciação da economia por setores e oportunidades de negócios passa a primeiro plano.
Um primeiro sintoma dessa tendência é a modificação acelerada que se tem observado nos últimos meses no comércio varejista e nas grandes redes de distribuição.
De um lado, viram-se retumbantes fracassos empresariais (como no episódio traumático da Casa Centro, ano passado). Ao mesmo tempo, são visíveis as movimentações de empresas estrangeiras interessadas em ingressar o quanto antes no mercado brasileiro, enquanto outras, recém-chegadas, levam preocupação aos concorrentes estabelecidos há mais tempo.
Além do comércio, as mudanças e os investimentos aparecem cada vez mais nos serviços, nos bancos e na área imobiliária. Ainda que a economia esteja muito longe de uma retomada generalizada dos investimentos, é notória a presença crescente de novos competidores, com estratégias diferenciadas.
Está em curso a ocupação seletiva dos mercados, com participação crescente de competidores estrangeiros e alianças estratégicas. É hora de lutar, em cada mercado, em cada setor, pela sobrevivência.

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