São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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Mãe e dois filhos são chacinados em SP
ANDRÉ LOZANO
Durante o crime, por volta da 0h20, duas meninas, de 10 e 13 anos, filhas da mulher assassinada, conseguiram fugir. Foram mortos Sebastiana Maria de Andrade, 41, faxineira do hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e seus dois filhos: o estudante Ronaldo Adriano de Andrade, 17, e o pedreiro Marcos Paulo de Andrade, 20, que deixou um filho de 1 ano. A polícia ainda não sabe o motivo crime."Em um primeiro momento não podemos contar com as hipóteses tradicionais -como envolvimento com drogas, acerto de contas por causa de roubo ou disputa de gangues-, porque parentes e vizinhos dos mortos dizem reiteradamente que trata-se de uma família de trabalhadores", disse o delegado da 3ª Delegacia da Criança e do Adolescente da Divisão de Homicídios, Paulo Jesus de Souza Filho. O delegado descarta a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte) porque as vítimas foram encontradas com seus relógios e dinheiro e nada foi roubado da casa. "Não há dúvida que se trata de vingança, mas não sabemos por qual motivo", acrescentou. Nenhuma das vítimas havia sido presa ou processada anteriormente. "Eu não sei por que mataram minha mãe e meus irmãos. Todos trabalhavam e meu irmão mais novo estudava, estava no 1º ano do colegial. Nenhum tinha envolvimento com drogas ou qualquer tipo de crime", disse Paulo José de Andrade, 22, que horas antes do crime deixou a casa da mãe para voltar para sua casa. Segundo testemunhas que não quiseram se identificar, dois homens, identificando-se como policiais e vestindo roupas e máscaras pretas, entraram na casa de Sebastiana e mandaram que ela e os dois filhos fossem para o quintal. Os assassinos executaram mãe e filhos fora da casa. Segundo o delegado Souza Filho, Sebastiana e o filho mais novo foram mortos com tiros na cabeça disparados a queima-roupa. O rapaz foi baleado na nuca, e mãe, no nariz. As filhas de Sebastiana, A., 10, e C., 13, estavam no quarto no momento da chacina. "Quando a gente ouviu os tiros, fomos até a cozinha, pulamos a janela e fomos nos esconder na casa da vizinha. Por volta das 3h os assassinos voltaram e deram mais três tiros", contou C. As garotas afirmaram que não viram os criminosos e que não ouviram o que eles disseram quando entraram na casa porque "falavam muito baixo". Texto Anterior: Estado do Rio tem 58 assassinatos Próximo Texto: Região é uma das mais violentas da cidade Índice |
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